Os funcionários públicos de Araraquara que aderiram à greve dos servidores municipais se reuniram em frente ao Paço Municipal na manhã desta terça-feira (20), com o objetivo de dialogar com o prefeito Lapena (PL).
Entre as principais reivindicações dos servidores públicos de Araraquara estão: reposição da inflação acrescida de 10% de aumento real, reajuste do vale-alimentação para R$ 1.200, desvinculação das faltas abonadas do benefício alimentação e aumento do abono pecuniário para R$ 250, além de outras propostas voltadas à melhoria das condições de trabalho.
A principal motivação da greve é a proposta da prefeitura de incorporação do chamado abono pecuniário ao vale-alimentação, o que implicaria na perda de ganhos dos servidores.
Para Ana Carolina de Souza, 27 anos, agente de Educação, o maior incentivo para participar da paralisação é a perda salarial acumulada:
“A valorização que o prefeito diz estar dando para a gente, é realmente ao contrário, ele está tirando do nosso salário. A gente que fica com os filhos, a gente que cozinha, a gente dá saúde. Ele está tirando dinheiro da gente, que trabalha todo dia. O meu sentimento é de revolta, pois não dá pra trabalhar e não dá para amar o que eu faço. E foi difícil também tomar essa decisão de estar aqui. Eu não gostaria de estar aqui, eu gostaria de estar trabalhando na creche, que é um lugar que eu amo estar. Só que com essa perda não para estar em outro lugar que não seja aqui”, afirma a servidora.
Samilla Almeida, 33 anos, técnica de enfermagem, também participou do protesto em frente à Prefeitura, acompanhada da filha. Para ela, a falta de valorização dos servidores públicos tem se agravado ao longo dos anos:
“A minha motivação é a desmotivação, é a desvalorização do servidor, a falta de reconhecimento e a queda salarial. Há um ano trabalhando na rede municipal, não tenho o que reclamar das colegas de trabalho, mas sim quanto à administração. Tanto o atual quanto anterior, que já vem essa desvalorização, e agora só piorou, pois ao invés do aumento, estamos tendo diminuição. Nas unidades de saúde faltam medicamento e mão de obra, sempre trabalhamos com o mínimo, trabalhando com o que tem, mas sempre buscando fazer o melhor pela população”, explica.
Juliana Folhasi, 35 anos, é agente educacional há oito anos e participa de uma greve pela segunda vez e que percebe que a própria população vem apoiando o protesto.
“Em toda a história, antes de ser funcionária e após ser funcionária, é o primeiro prefeito que a gente tem perca salarial. Lá na escola que eu trabalho solicitamos que os pais fossem buscar os alunos, eles entenderam e não recebemos nenhuma negativa. Acho que até a população está começando a entender que perca salarial não existe”, finaliza a servidora.







