* ATUALIZAÇÃO 09/04 às 09h52 para incluir posicionamento da Prefeitura sobre decisão de trabalhadores.
Servidores municipais de Araraquara se reuniram em assembleia, nesta sexta-feira (08), e rejeitaram proposta apresentada pela Prefeitura referente à data-base 2022. Além disso, os trabalhadores decidiram por paralisação na segunda-feira (11), às 08 horas.
Segundo estimativa do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar) cerca de dois mil trabalhadores participaram do encontro que precisou interditar a Avenida Duque de Caxias, entre as Ruas Nove de Julho e São Bento (2 e 3).
Os trabalhadores votaram contra a proposta apresentada pela administração em encontro realizado na última quarta-feira (06). Além de itens considerados conquistas pelos servidores, a Prefeitura propôs 5% de reajuste no dissídio coletivo e 11,11% no vale-alimentação.
Na avaliação do presidente do sindicato, Gustavo Jacobucci, a proposta apresentada pela Prefeitura é “inaceitável”. Ele reforçou que municípios da região ofereceram propostas melhores para seus trabalhadores como, por exemplo, a vizinha São Carlos.
“O que trouxe todas essas pessoas aqui em uma sexta-feira a noite foi o desrespeito com o servidor, com uma proposta pífia de 5% para pessoas que literalmente morreram na pandemia, que dedicam a vida para trabalhar pelos munícipes”, apontou.
“Tapa nas costas e homenagem no rádio não paga conta, não coloca comida na mesa e os servidores estão quase precisando dos programas sociais para sobreviver. Servidor ganhando R$ 1 mil por mês é vergonhoso”, completou.
Entre os pedidos encaminhados pelos trabalhadores para a Prefeitura está o aumento real de 14% acima da inflação acumulada; política de reposição de perdas acumuladas de 30,72% entre maio de 2015 e janeiro de 2022; aumento no vale-alimentação para R$ 840; ampliação no prêmio assiduidade para R$ 200; e instituição em lei do abono natalino (13º vale-alimentação).
“Gostaríamos de deixar claro para a população que isso é para termos um serviço público de qualidade, porque muitas vezes o funcionário público leva de casa algum produto para trabalhar, porque as condições de trabalho são péssimas no município hoje em dia”, finalizou.
Além de rejeitar a proposta de reajuste apresentada pela administração, os trabalhadores deliberaram por um dia de paralisação na próxima segunda-feira (11), às 08 horas, em frente à Prefeitura. Na data, caso não haja nova proposta, os servidores podem decidir por greve.
Procurada, a Prefeitura de Araraquara disse que a proposta apresentada aos servidores “é um esforço imenso diante diante da situação financeira”.
“No dia de hoje (08), o Município teve R$ 3 milhões de reais sequestrados pelo Tribunal de Justiça por conta dos débitos com precatórios. Somente em 2021, foram R$ 48 milhões de reais em pagamentos com precatórios. Nesse ano, o Município terá que quitar mais R$ 40 milhões de reais. Somente com verbas de sucumbência advocatícias, o valor é por volta de R$ 9 milhões de reais”.
A Prefeitura disse ainda que, em 2021, arcou com R$ 90 milhões, provenientes de recursos próprios, no enfrentamento da pandemia da covid-19. O posicionamento disse ainda que não “há espaço para nenhuma proposta financeira além da apresentada”.
“A greve, que é o instrumento utilizado pelo movimento sindical quando não há diálogo, o que não ocorre na nossa realidade já que a Prefeitura nunca se recusou ao diálogo, representará a imediata suspensão de qualquer processo de negociação”, finalizou.