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PolíticaEleiçõesTiago Pires defende a reestatização do transporte, conselhos populares e fim da GCM

Tiago Pires defende a reestatização do transporte, conselhos populares e fim da GCM

Bancário de 39 anos é o quinto e último entrevistado durante série promovida pelo acidade on com candidatos à Prefeitura de Araraquara

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O bancário Tiago Pires (PCO), de 39 anos, é o quinto e último entrevistado na série promovida pelo acidade on com os candidatos à Prefeitura de Araraquara. O bate-papo foi realizado na sede da EPTV, em São Carlos, e disponibilizado neste sábado (14) no YouTube.


Ao todo, os cinco candidatos tiveram 12 minutos, conforme acordo com os partidos políticos, para apresentar suas propostas. Todos os conteúdos estão disponíveis no canal do acidade on no YouTube e, posteriormente, foram disponibilizados em formato de texto e vídeo.

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Durante a entrevista, Pires defendeu a reestatização do transporte público coletivo com tarifa zero para a população, formação de um governo dos trabalhadores por meio da criação de conselhos populares, educação, saúde e o fim da GCM (Guarda Civil Municipal).

ASSISTA A ENTREVISTA COMPLETA EM VÍDEO

LEIA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COM TIAGO PIRES

acidade on: Por que disputar a prefeitura de Araraquara?


Tiago Pires
: A candidatura à Prefeitura de Araraquara não é uma decisão minha. Nós, do Partido da Causa Operária (PCO), não somos candidatos de nós mesmos. Estamos nas eleições para defender e propagar um programa para a classe trabalhadora. O partido se reuniu em uma conferência nacional e decidiu que eu participaria representando o PCO, disputando a consciência dos trabalhadores nestas eleições.

acidade on: Em relação à Prefeitura de Araraquara, atualmente temos um cenário de endividamento e dificuldades para equilibrar receitas e despesas. Caso seja eleito, como pretende lidar com uma dívida de R$ 129 milhões em restos a pagar, quase R$ 120 milhões em precatórios e uma dívida de longo prazo de quase R$ 500 milhões? Como planeja realizar um governo eficiente diante dessas dificuldades?


Tiago Pires: É importante ressaltar que todos os candidatos devem ter propostas milagrosas para resolver esses problemas. Mas, ao final, fica claro que nenhum deles tem uma solução definitiva para isso. Nós, do Partido da Causa Operária, sim, temos. Nossa proposta é organizar a população em conselhos populares. O município recebe muito menos da União do que entrega, e grande parte dos impostos arrecadados no Brasil acaba nas mãos dos banqueiros, que parasitam quase um trilhão de reais por ano. Então, é necessário organizar a população para acabar com essa parasitagem.

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acidade on: O programa do PCO fala sobre “acabar com a farra das multas” e também sobre o IPTU. Como essa proposta seria colocada em prática, visto que isso implicaria na redução de receitas para a prefeitura?


Tiago Pires: É fundamental entender que as receitas, tanto de multas quanto de IPTU, são indevidas. O trabalhador não deve pagar impostos sobre consumo. Quem deve pagar são os capitalistas. Toda a arrecadação termina, mais uma vez, nas mãos dos banqueiros. Defendemos o calote da dívida pública, porque é esse o dinheiro que falta para educação, saúde e infraestrutura. Imagine uma família que vive com um salário mínimo: ela precisa comprar comida, pagar transporte, mas o dinheiro não é suficiente. Nenhum chefe de família priorizaria pagar a dívida do banco em vez de atender às necessidades de seus filhos. Com o país, é a mesma coisa. Defendemos o não pagamento da dívida pública, a reversão da independência do Banco Central e o fim do teto de gastos, que só beneficia o sistema financeiro.

acidade on: Nos últimos anos, a negociação com os servidores públicos municipais tem sido complicada, especialmente na data-base. O PCO coloca em seu programa a valorização dos funcionários da prefeitura. Como fazer isso com um orçamento tão limitado?


Tiago Pires: Essa questão é muito bem colocada, pois entendemos que esse é um dos grandes erros do governo do PT. Um governo que se propõe a ser dos trabalhadores jamais deve deixar de conversar com os servidores públicos, nem tomar decisões à revelia desse setor, que é crucial. Nós defendemos a valorização dos trabalhadores, incluindo um aumento emergencial de 100% no salário mínimo. Nenhum servidor deveria receber menos do que isso. O salário mínimo ideal, segundo o DIEESE, seria em torno de R$ 7.000. Como é possível pagar salários de fome? Isso é inadmissível. Precisamos valorizar esses profissionais e reduzir a jornada de trabalho para 35 horas semanais, para que mais pessoas possam ser empregadas.

acidade on: O transporte público é outra questão crítica em Araraquara. Recentemente, a prefeitura aprovou subsídios para as empresas de transporte coletivo. Você é a favor desse subsídio? O plano do PCO defende a reestatização do serviço. Como implementar isso sem gerar mais ônus, considerando os contratos em vigor?


Tiago Pires: Somos totalmente contra medidas que alimentam capitalistas. Defendemos a reestatização do transporte público, que deve ser colocado a serviço da população, com gratuidade total para os cidadãos. Todas as decisões sobre a expansão e gestão do serviço devem estar sob controle da população, por meio de conselhos populares. Também é importante destacar o fim da dupla função de motorista e cobrador. Valorizar os profissionais e garantir salários justos é essencial. Quanto à origem dos recursos para melhorar essas áreas, como mencionei antes, o dinheiro que vai para os banqueiros é o que falta para saúde, educação e infraestrutura.

acidade on: A segurança pública é outra preocupação. O armamento da Guarda Municipal tem gerado polêmica, e o PCO tem uma visão crítica sobre o policiamento. Como seria o trabalho da Guarda Municipal em um governo do PCO?


Tiago Pires: Consideramos um erro do PT fortalecer a Guarda Municipal. Somos contra o fortalecimento do braço armado do Estado. Se estivermos no governo, uma das primeiras medidas será a extinção da Guarda Municipal. Defendemos a extinção da Polícia Militar, da Polícia Federal e de todas as forças armadas do Estado. A segurança pública deve estar sob controle das comunidades operárias, que devem decidir quem serão seus agentes e destituir quem não cumprir suas funções. Também defendemos o armamento da população, pois uma população desarmada, sob um Estado armado, é uma população escravizada.

acidade on: Recentemente, as queimadas têm impactado o abastecimento de água em Araraquara. O DAAE adotou o corte programado emergencial da água. Como o PCO lidaria com essa questão e com o Departamento de Águas e Esgotos?


Tiago Pires: Essas queimadas criminosas não têm relação com mudanças climáticas. A mudança climática é uma política impulsionada pelo imperialismo para impedir o desenvolvimento de países como o Brasil. Países como os EUA, França e Inglaterra emitem grandes quantidades de CO2, mas querem impedir que países como o nosso cresçam. O problema do abastecimento de água é falta de investimento público, não o clima. Para investir, precisamos acabar com a parasitagem dos banqueiros. O Rio Grande do Sul, por exemplo, sofre as consequências da política neoliberal de Eduardo Leite, que colocou o estado inteiro debaixo d’água. Araraquara enfrenta uma situação semelhante.

acidade on: Na saúde pública, as filas por exames e consultas continuam longas. Como o PCO planeja lidar com essa situação?


Tiago Pires: A solução passa pela organização de conselhos populares. A população deve decidir sobre os serviços públicos, como contratar mais médicos, especialistas, construir hospitais e postos de saúde. Os profissionais da saúde estão mal pagos, e o número de atendentes é insuficiente. Sem o controle da população, essa situação não será resolvida.

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