Suspeito de operar um esquema de rachadinhas em seu gabinete na Câmara de Araraquara, o vereador Emanoel Sponton (Progressistas) voltou a falar do caso nesta quinta-feira (3), dez dias depois da divulgação, e classificou as denúncias como “boatos e suposições”.
Ao lado de seu advogado, Paulo Valilli, o parlamentar se manifestou novamente sobre as denúncias reveladas pelo Jornal da EP, da rádio EPFM, onde três ex-assessores relataram repassar parte de seus salários para a mãe do vereador por meio de Pix.
“Quero reafirmar que nunca pratiquei nenhum crime no meu gabinete. Não existem provas legais ou atos oficiais que confirmem as alegações que estão atribuindo a mim. Não recebi nenhuma notificação oficial sobre denúncias ou investigação”, introduziu.
“O que está circulando são apenas boatos, um áudio cortado com voz alterada e com filtros. É fato que recentemente participei de uma votação polêmica e, desde então, estou sendo perseguido, como vocês podem observar”, completou ao reafirmar sua inocência.
Emanoel Sponton, vereador pelo Progressistas
Emanoel Sponton também disse “trabalhar sério” pelos bairros de Araraquara e voltou a classificar as denúncias como “boatos e suposições”. “Acredito na Justiça e na verdade e, por isso, não vou permitir que me julguem com boatos e suposições”, concluiu.
Após a publicação do vídeo nas redes sociais, os partidos políticos PT, PCdoB, Rede, PV e PSB protocolaram denúncia no MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) para que a suspeita de crime de concussão, popularmente chamado de rachadinha, seja investigada.
O caso também está sendo acompanhado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Porém, o grupo enfrenta dificuldades para ouvir testemunhas que possam municiar as investigações. Nesta quinta-feira, uma das testemunhas alegou não ter “segurança” para depor, apesar de ter sido uma das denunciantes no Jornal da EP.
Na próxima segunda-feira (7), novos depoimentos foram marcados, incluindo os da mãe do vereador, ex-assessoras e do jornalista responsável pela denúncia. A vereadora Filipa Brunelli (PT) também deve depor no mesmo dia, após pedir para apresentar provas ao Conselho de Ética.
Paralelamente à investigação, o presidente da Câmara, Rafael de Angeli (Republicanos), recebeu um documento solicitando a saída de Emanoel Sponton da vice-presidência. Cabe a ele decidir pelo arquivamento do pedido ou encaminhamento para deliberação em plenário.

