*ATUALIZAÇÃO 02/04 às 17h10 para esclarecer que a parlamentar se afastou do caso envolvendo Emanoel Sponton e não do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Caiu como uma bomba na sessão ordinária da Câmara de Araraquara, na terça-feira (1º), os pedidos da vereadora Filipa Brunelli (PT) para se afastar da investigação sobre rachadinhas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, cobrar a saída de Emanoel Sponton (Progressistas) da vice-presidência da Casa e solicitar a convocação do presidente Rafael de Angeli (Republicanos) para depor sobre a inocência do colega.
Em meio às investigações sobre as graves denúncias, cresceu a tensão nos últimos dias para o afastamento da parlamentar do caso a pedido de seis vereadores. Como resposta, ela usou a Tribuna Popular para abrir mão de participar do grupo de trabalho nesta investigação, criticou adversários políticos e classificou o movimento como uma “cortina de fumaça”.
“[Essa é] uma tentativa cafona de esconder o que realmente está acontecendo dentro desta Casa de Leis. Com tranquilidade, acompanhei a fala dos vereadores, o comportamento, as articulações nos corredores e entendi que fui escolhida como bode expiatório. Mas quero deixar claro: não serei usada como cortina de fumaça para a investigação que recai sobre o mandato do vereador Emanoel Sponton por corrupção”, declarou.
Filipa Brunelli (PT), vereadora
Ainda durante sua fala, a vereadora pediu ao presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Aluísio Boi (MDB), para se aproximar e receber três requerimentos: um de seu afastamento do caso e pedido para depor como testemunha; outro solicitando a saída de Emanoel Sponton da vice-presidência; e um terceiro para que o presidente Rafael de Angeli fosse convocado para depor sobre a declaração em que defendeu a inocência do colega.
“Fui imparcial para desmascarar todo esse processo que está acontecendo. Confio neste Conselho de Ética para que tudo seja apurado, garantindo o direito de resposta ao vereador Emanoel Sponton, mas também os meus direitos políticos dentro desta Casa. Enquanto eu estiver viva e respirando nesta terra, e enquanto as ideologias políticas que trouxeram as minhas até aqui não forem conquistadas, continuaremos a ocupar os espaços de poder, sendo uma trava nesse sistema e contra qualquer pessoa que ousar destruir a democracia”, afirmou.
Filipa Brunelli (PT), vereadora
Outro ponto criticado pela vereadora foi o projeto de lei assinado por seis vereadores para instituir um “código de vestimenta” nas sessões camarárias. A iniciativa foi protocolada quase uma semana após Filipa vestir uma camiseta com uma frase contra a anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro: “Anistia é o caralho”, escrita em branco, com letras garrafais, em uma camiseta preta.
“Vossas excelências, inclusive, protocolaram um projeto de lei que coloca meu nome na justificativa como pessoa de menor nível, sem civilidade, que teria que se comportar com mais respeito. O que eu passei na minha vida inteira, vossas excelências não viveriam nem nos piores pesadelos. E aquilo que na vida não me matou, me fortaleceu a ponto de me fazer estar aqui”, rebateu.
Todos os pedidos protocolados pela vereadora foram analisados ainda na terça-feira, durante reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar realizada após a sessão ordinária da Câmara. No encontro, Filipa Brunelli foi substituída nas investigações por Fabi Virgílio (PT), sua suplente – Brunelli, porém, segue como membro do grupo. Além disso, foi deferido o pedido de afastamento de Emanoel Sponton da vice-presidência, mas indeferida, inicialmente, a solicitação para convocação de Rafael de Angeli para depor.
