Araraquara conta atualmente com 213 crianças em quarentena, por conta da covid-19. Desde o início da pandemia, 3.081 crianças – de 0 a 11 anos – tiveram a doença na cidade, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, todas com sintomas leves.
É o caso da pequena Alice Rocha Lourenço, de 7 anos, e de Marina Rocha Lourenço, de 1 ano e 7 meses.
De acordo com o pai das meninas, André Lourenço, ele teria passado com elas na casa da avó das meninas. “Meu irmão não estava se sentindo bem e por isso nem saiu do quarto, mas nós circulamos pela casa. Dias depois já senti uma forte dor de garganta, a Alice começou a ter febre de 38°C, vomitou devido à febre e a levamos ao 24 horas. O médico falou que precisaria ter três dias de sintomas para fazer o exame, mas já pediu pra gente se isolar”, contou.
No dia seguinte, a bebê de apenas um ano também começou a apresentar febre e coriza. “Eu e minha mulher positivamos, mas como estamos vacinados, não tivemos complicações. Mas foi um susto, e toda atenção foi voltada para as meninas, que estavam sem vacinar. Mantivemos contato com os pediatras e um médico sanitarista, e eles foram nos auxiliando. Eu sempre tive bronquite e tinha muito medo de pegar a covid. A vacina me protegeu e protegeu minha família. Eu vou vacinar minha filha mais velha e, assim que tiver para bebê, também vou vacinar a Marina. Não tenho dúvidas que a vacina salva”, afirmou André.
OS CUIDADOS COM AS CRIANÇAS
De acordo com o pneumologista pediátrico Flávio Arbex, a ômicron vem acometendo mais pessoas e, consequentemente, mais crianças, em número absoluto.
“A covid já está entre as dez principais causas de óbito entre as crianças de 5 e 11 anos. Por isso, é importante estar atento ao pós-covid – observando se ela mantém sintomas respiratórios, tosse persistente, falta de ar ou alguma coisa que justifique uma nova avaliação desta criança – e por conta disso deve-se vacinar as crianças, para protegê-las e diminuir a possibilidade dela vir a óbito ou desenvolver doenças graves no pós-covid”, explicou.
Além das crianças, o médico explica ainda que os bebês que se alimentam do leite materno também acabam ficando protegidos contra a covid.
“As mães vacinadas passam anticorpos não apenas da vacina da covid, mas demais vacinas. Por conta disso, é importante que as mães tomem as vacinas para proteger as crianças que ainda não têm idade para tomar as vacinas”, afirmou.
VACINAÇÃO
A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 começou em janeiro no Brasil e mais de 30% do público-alvo já foi imunizado no Estado de São Paulo.
Segundo a pediatra Dra. Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek, vacinar as crianças é muito importante neste momento. “Com essa nova variante, em muitos casos a criança vem sendo o vínculo de transmissão”, explicou.
Com a volta às aulas, a vacinação infantil passa a ser ainda mais importante. De acordo com a pediatra, as vacinas em geral estão relacionadas com a prevenção da doença. “A vacina não impede a criança de ter a doença, mas em geral previne a forma grave e também previne sequelas”, afirmou.
Para que a vacina seja realmente eficaz, é necessário que todas as doses indicadas, inclusive as de reforço, sejam aplicadas. Em relação aos efeitos colaterais da vacina contra covid-19, os pais e responsáveis podem esperar que as crianças tenham as mesmas reações que tiveram com outras vacinas. “Pode causar dor e febre no local da injeção, que em média pode durar até 5 dias”, orientou.
No momento da vacinação, as crianças precisam estar acompanhadas por pais ou responsáveis, que também devem levar os documentos de identificação da criança. “Não há necessidade de um documento do pediatra autorizando. Porém, se os pais não quiserem vaciná-los, terão que justificar”, explicou.
A pediatra afirma que, a princípio, não há contra indicação para vacinação infantil. “Tanto que crianças com comorbidades foram as primeiras indicadas a tomar a vacina contra covid-19”, finalizou.