O aumento de internações de pacientes com Covid-19 acendeu o sinal de alerta na região de Araraquara. Desde o início do ano, a ocupação de leitos desponta em uma curva crescente.
A consequência deste aumento exponencial e repentino é a demora em transferências de pacientes de unidades de pronto atendimento para hospitais da região.
É o que tem acontecido, por exemplo, em São Carlos. A mãe da faxineira, Marcia Tiburcio, passou pelas UPAs da Vila Prado e Cidade Aracy antes de conseguir um leito no Hospital Escola da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“A gente descobriu ela tinha tido um AVC e teve covid. Não tinha vaga na Santa Casa e depois da UPA da Vila Prado, transferiram para o Cidade Aracy para depois ir para o Hospital Escola”.
Os números da Fundação SEADE comprovam esta disparada de hospitalizações nas 24 cidades que compõem o Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS-3).
Na primeira semana de janeiro, 31% dos leitos UTI e 34% de enfermaria estavam ocupados. Hoje, estes percentuais estão em 76% e 63%, respectivamente.
Em entrevista à EPTV, o diretor do departamento, Jeferson Yashuda, disse que houve um reforço na estrutura hospitalar na região a pedido do governo do Estado.
Em Araraquara, por exemplo, o Hospital de Campanha reabre, nesta terça-feira (1º), 12 novos leitos de enfermaria e um de estabilização.
“Pediu para que os DRSs buscassem com as instituições e Santas Casas de cada uma para já colocar de pronto os hospitais estaduais. No nosso caso o Hospital Estadual de Américo”, disse.
Jeferson Yashuda demonstra preocupação com as próximas semanas. Ele atribuiu o cenário atual a alta transmissibilidade da variante Ômicron.
“O caso é muito preocupante e a tendencia é efetivamente de aumento nos próximos 15 a 20 dias. A variante Ômicron tem essa particularidade de se multiplicar rapidamente nos brônquios e se propaga com muito mais facilidade. O índice de contaminação em relação a Delta é três vezes maior e naturalmente isso demanda leitos de UTI e enfermaria muito maior”, informou.
Este cenário preocupa quem conviveu de perto com a doença. É o caso autônoma Gislaine Lopes que teve casos recentes na família.
“Quatro meses atrás perdemos meu marido com covid, há duas semanas meu cunhado pegou covid, passou o processo da primeira semana, sábado retrasado passou muito mal, foi internado as pressas e está internado com uma infecção no pulmão. Pedir para vocês tomarem a vacina, usarem máscara, pois se cada um fizer o que tem que ser feito, juntos vamos conseguir combater a covid”, finalizou.