O Governo do Estado de São Paulo anunciou o início da vacinação para a covid-19, a partir de 10 de maio, para todos os pacientes renais crônicos em diálise e transplantados imunossuprimidos com idade entre 18 e 59 anos.
Segundo o nefrologista Henrique Carrascossi, a inclusão destes públicos como prioridade na campanha de vacinação é motivo de comemoração, já que esses pacientes possuem um sistema imunológico enfraquecido e precisam se locomover regularmente em busca de remédios, tratamentos e consultas hospitalares indispensáveis.
“As pessoas transplantadas não estão curadas e precisam de um acompanhamento constante, enquanto os pacientes renais em diálise se deslocam várias vezes por semana até uma clínica médica para fazer a filtragem do sangue”, explica Carrascossi.
Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no país, os estados tem dado prioridade aos grupos de risco com maiores chances de desenvolver a forma grave da doença. O governo paulista tem usado uma lista elaborada pelo Ministério da Saúde, que inclui 22 comorbidades, como doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e obesidade mórbida.
O nefrologista ainda comenta que a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), divulgou dados que apontam mais de 130 mil pessoas no país com necessidade de diálise, o que reforça a importância da vacinação desses indivíduos.
“São pacientes que por necessidade enfrentam ambientes super lotados e de maior exposição, então quanto mais pessoas forem vacinadas, menor a chance daqueles que ainda não receberam o imunizante contraírem o vírus. Dessa forma, a vacina não se mantém um benefício individual, mas coletivo”, diz.
COMO COMPROVAR COMORBIDADE
A partir da próxima segunda-feira (10), os pacientes transplantados e pacientes renais em diálise poderão receber a primeira dose do imunizante contra a covid-19 no estado de São Paulo. A decisão também inclui pessoas com Síndrome de Down.
Para receber as doses, esses grupos devem apresentar comprovante da condição de risco por meio de exames, receitas, relatório ou prescrição médica. Os cadastros previamente existentes em Unidades Básicas de Saúde (UBS) também podem ser utilizados.
Vale destacar que a decisão não é apenas do governo do estado. As diretrizes foram feitas pelo governo federal, por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo o Ministério da Saúde, indivíduos com comorbidades deverão informar sua condição antes da vacinação durante o pré-cadastro realizado no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Aqueles sem pré-cadastros poderão apresentar qualquer um dos comprovantes que demonstrem a comorbidade.