Janeiro terminou com 32 mortes por Covid-19, em Araraquara. Embora represente um aumento de 966% em relação a dezembro, os óbitos em decorrência da doença não têm acompanhado a mesma proporção do total de casos confirmados diariamente.
Foi o sétimo mês com mais óbitos da pandemia, mas também o maior em número de casos. Com 19.485 novos registros, a letalidade ficou 0,16% no primeiro mês do ano.
Em julho do ano passado, último mês a ultrapassar 30 mortes mensais, a letalidade era 1,7%. Naquele mês, foram registrados 2.402 casos, incluindo, 42 óbitos.
O pesquisador Vitor Engrácia Valenti explica que dois fatores justificam os números atuais: cobertura vacinal e os anticorpos produzidos pelo próprio corpo de pacientes já infectados pelo coronavírus.
“Muitas pessoas estão pegando e um número bem menor está morrendo por causa da doença e estão precisando de internação. Isso pode ser entendido pelo efeito da vacinação, principalmente, e também porque algumas pessoas pegaram covid, criam uma certa proteção e tomam a vacina. O maior nível de proteção é quando a pessoa toma vacina e já pegou covid”, explicou.
O pesquisador cita estudos que mostram que, em 2020, a Covid-19 chegou a ser 13 vezes mais letal que a gripe comum. Agora, este cenário é outro.
“Agora no começo de 2022 ela é mais ou menos 1,9 vezes mais letal do que a gripe comum, ou seja, estamos percebendo por tantas evidências fortes que a covid está perdendo a força. Tem inclusive alguns estudos sugerindo uma estimativa de que até 2025 a covid vai ter o mesmo impacto que uma gripe comum”, pontuou.
Em entrevista ao Manhã CBN, a secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, disse que janeiro foi um mês atípico, atribuído a transmissão comunitária da variante Ômicron.
“Apesar disso, não temos um grande número de crescimento de complicações e uma grande demanda de internações. Ela não leva as pessoas a internação, tanto que não estamos em colapso hospitalar. Aumentamos o número de leitos para poder dar uma retaguarda para a região e leitos de enfermaria”, afirmou.
Mesmo com este cenário de baixa letalidade e agravamentos, Vitor Engrácia defende a continuidade das medidas preventivas associadas ao avanço da vacinação.
“Como muitas pessoas estão pegando a doença, consequentemente um número maior de pessoas vai precisar de internação e tratamentos mais fortes para minimizar a doença. É importante a gente entender que a vacinação está ajudando muito a doença perder a força, mas ainda precisamos de medidas preventivas”, finalizou.