A secretária de saúde de Araraquara, Eliana Honain, confirmou que a ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Araraquara e Região chegou a 100% no Sistema Único de Saúde (SUS), restando vagas apenas nos hospitais privados.
Em entrevista à CBN Araraquara na manhã desta quinta-feira (10), Honain afirmou que a situação é extremamente preocupante. “Os números vêm dando sinais de que os indicadores previstos no nosso decreto serão atingidos e tudo deve caminhar para um lockdown”, afirma.
Vale ressaltar que o lockdown não depende da ocupação da UTI e sim do número de positivados. Nesta quinta-feira (10), Araraquara bateu o recorde com 281 novos casos em um único dia. De acordo com Honain, se os índices forem batidos, o lockdown será automático. “Será decretado imediatamente, a partir do dia seguinte”, confirma.
O decreto vigente em Araraquara prevê um lockdown de sete dias caso o número de positivados alcance um determinado índice em três dias consecutivos ou cinco dias em um período de uma semana. Esse índice é referente a 20% de todos os exames realizados ou 30% das pessoas sintomáticas.
O índice foi batido na terça-feira (8) e nesta quinta-feira (10). Portanto, se o índice for batido na sexta-feira e no sábado, podemos ter um lockdown a partir de domingo. Se o índice for batido mais três vezes até segunda-feira, o lockdown poderá começar na terça-feira.
Honain também disse que Araraquara tem dois pacientes aguardando leitos de UTI. “Quando decretamos lockdown [em fevereiro], estávamos em uma situação que tínhamos 16 pacientes esperando internação. Por quase três meses, ficamos sem nenhum paciente esperando vaga na UTI. A situação começou a mudar no início dessa semana”, diz.
Apesar de a ocupação na UTI não ser um índice para o lockdown, é muito preocupante. Honain explica que muitos pacientes internados em Araraquara são de outras cidades, mas outras cidades também recebem pacientes de Araraquara quando é necessário. “É assim que funciona o SUS. Não temos condições de abrir mais leitos e nem é isso que queremos. Queremos cessar a transmissão da doença e evitar que mais pessoas fiquem doentes, pois 50% das pessoas que vão para UTI acabam evoluindo para óbito”, explica.