Um dos passageiros da van que parou para procurar atendimento médico na UPA da Vila Xavier, em Araraquara, negou que houvesse alguém contaminado, quando o grupo saiu de Manaus, no Amazonas. À reportagem, o corretor de imóveis Pablo Maciel de Almeida, de 34 anos, disse que todos estavam “com saúde 100%”.
O grupo, que iniciou viagem no dia 26 de dezembro, passou por cinco estados brasileiros, incluindo São Paulo. Na última segunda-feira (11), eles pararam em Araraquara, após uma mulher com sintomas da Covid-19 precisar de atendimento médico.
“Saímos de Manaus com a intenção de tirar férias mesmo, em um período em que estava diminuindo os casos. Todos nós estávamos com saúde 100%, quando saímos de lá”, afirma.
Sobre a repercussão e os comentários de que tivessem deixado a capital amazonense doentes, com intuito de procurar atendimento médico em Araraquara, Pablo nega: “não é verdade”.
O grupo que saiu de férias passou o ano novo no Rio de Janeiro. O corretor de imóveis acredita que a contaminação tenha ocorrido na passagem por Rio das Ostras, Arraial do Cabo e região serrana, no estado fluminense.
“Passamos por várias cidades, mas acredito que tenha sido em algum dos passeios pelo Rio. Ficamos a maior parte da viagem lá”, lembra.
O grupo pretendia voltar a Manaus no dia 15 de janeiro, mas devido a contaminação pelo coronavírus, precisou mudar de planos. Sete pessoas foram contaminadas, incluindo duas crianças, de 3 e 8 anos. Uma mulher, de 55, segue internada na Santa Casa.
“Eles estão estáveis, seguindo com os tratamentos”, explica sobre os colegas que estão no Hospital de Campanha. Já em relação a mulher que tem o quadro de saúde mais delicado, ele afirma que “está melhorando aos poucos”.
Dos passageiros, apenas três, incluindo Pablo, não tiveram a confirmação para a Covid-19. Sem precisar de atendimento médico, eles passaram duas noites na própria van.
No entanto, desde quarta-feira (13), estão na ala de retaguarda do PS do Melhado. Na unidade, eles são monitorados, com controle de batimentos cardíacos, pressão arterial e capacidade pulmonar.
“Todos nós circulávamos nos mesmos espaços. Talvez tenha sido minha imunidade [a responsável por impedir a contaminação], nunca peguei doenças, como malária, sarampo, dengue, H1N1”, conta.
Sobre o atendimento, Pablo diz que todos foram bem recebidos tanto na UPA, quando no PS do Melhado. “Somos muito gratos, mas têm pessoas que sempre vão olhar pelo lado ruim da situação, como li nos comentários da matéria”, conta.
“[Falaram] que viemos trazer o vírus pra cidade, o que não é verdade. Estamos todos nessa, lutando contra esse vírus, independente de região, raça, credo”, desabafa.
Pablo também falou da situação de sua cidade, com lotação de leitos e falta de oxigênio nos hospitais. “Lá está um caos, mas creio em Deus, que em breve irá melhorar”, finaliza.