A rede pública e particular Araraquara reduziu os leitos exclusivos para tratamento de pacientes com covid-19. Segundo a secretária de Saúde, Eliana Honain, eles serão redirecionados para atender outras patologias.
Com a recente queda no número de casos, mortes e internações na cidade, a Prefeitura anunciou no boletim do Comitê de Contingência a redução nas vagas exclusivas na cidade.
Na rede pública, além da redução de 45 para 20 leitos de enfermaria na Unidade de Retaguarda do Melhado, há menos leitos no Hospital Estadual de Américo Brasiliense (HEAB).
Segundo apurado pela reportagem, no dia 23 de junho, o Hospital São Paulo tinha disponíveis exclusivamente para tratar pacientes com covid 36 leitos de enfermaria e 18 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Praticamente um mês depois este número se reduz para 13 leitos de enfermaria e nove leitos de UTI. O hospital São Paulo também mantém duas vagas de UTI pediátrica.
Já o Hospital São Francisco tinha 20 vagas para UTI e 23 para enfermaria e passa agora para 23 de enfermaria e 10 para casos mais graves, uma redução de 10 entre um mês e outro.
Ao ACidade ON, a Unimed Araraquara afirma que no início de 2021 chegou a ter 95 leitos de isolamento disponíveis em duas unidades para pacientes internados em UTI e enfermaria.
“Com o cenário atual da pandemia em nossa cidade mantivemos 22 leitos de isolamento para garantir a assistência de nossos beneficiários”, diz em nota.
O São Francisco, que compõe o sistema Hapvida, afirma que tem desde o início da pandemia customizado sua rede à medida que há necessidade de seus clientes.
A empresa ressalta que acompanha diariamente os indicadores de procura para estimar a demanda de leitos, conforme a necessidade.
“Com a diminuição do número de internações foi possível desativar, temporariamente, 19 leitos no Hospital São Francisco em Araraquara. Os leitos podem ser reativados, rapidamente, caso ocorra uma mudança de cenário relacionada à pandemia”, afirma em nota.
OUTRAS PATOLOGIAS
Em entrevista ao Manhã CBN, da CBN Araraquara, a secretária de Saúde, Eliana Honain, explica que há outras patologias que têm demandado internações na região.
“Temos que entender que não é uma redução, mas uma transformação. Quem reduziu foram os hospitais privados, que abrem e fecham leitos conforme a necessidade. Eles transformaram leitos para atendimento de outras patologias”, afirma.
“Neste momento, o que está tendo maior necessidade da população não são os leitos de covid, mas sim de outras patologias. Isso pode ser sentido nos hospitais privados, mas também no próprio HEAB muito facilmente”, completa.
A responsável pela Saúde municipal relata que no caso da Unidade de Retaguarda do Melhado há baixa ocupação em enfermaria na cidade, uma vez que há vagas também no Campanha.
“Por causa disso reduzimos também com possibilidade de estarem operando diante da grande demanda de outras patologias e funcionando com o papel a que foi proposto, que é atender baixa complexidade e aliviar a situação da Santa Casa”, diz.
Mesmo com a presença da variante Delta na capital paulista, a secretária de Saúde considera que não há risco de novo descontrole da covid-19, porém, garante monitorar o cenário.