As medidas restritivas e vacina impediram que até 3,5 mil araraquarenses morressem por causa do novo coronavírus. O levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O integrante do grupo de estudo e fisiopatologista Vitor Valenti explica que a projeção é baseada em um método matemático feito por uma entidade respeitada no mundo científico, a Imperial College of London.
“Esse modelo matemático que é utilizado para fazer as estatísticas de morte por covid em um ano e meio de pandemia, tem como base o Imperial College of London, que uma é uma entidade muito confiável na comunidade científica porque ela que direciona as tomadas de decisões da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
Essa metodologia usada pelos pesquisadores leva em conta a taxa de casos, mortes, contágio da Covid-19, entre outras variáveis, como explica o especialista.
“Leva em consideração as variáveis , dentre elas a taxa de contágio do vírus, quantas pessoas consegue infectar em duas ou três semana, a taxa de letalidade, as pessoas que já pegaram o vírus e não pegaram, e também as pessoas que morreram devido ao vírus. Essa é uma estimativa das principais variáveis que afetam a projeção de quantas mortes poderiam ter ocorrido por coronavírus em um ano e meio de pandemia no Brasil”, comentou.
Uma das limitações desse modelo matématico é que ele não leva em consideração a variante Delta, predominante no Estado de São Paulo.
Se essa variante fosse considerada, a tendência é que o número de mortes fosse ainda maior.
“A delta tem potencialidade de disseminação muito maior do que as outras variantes, caso nenhuma medida preventiva e vacina não tivesse sido aplicada, o número de mortes poderia ser muito maior”, apontou.
A mestre em saúde pública e pesquisadora da FioCruz, Tatiane Moraes, reforça a importância da vacinação. Mesmo nenhuma sendo 100% eficaz contra o coronavírus, ela é a grande esperança para uma queda de mortes motivadas pela doença.
“Relembrando as pessoas que nenhuma vacina é 100% eficaz, então existe um risco mesmo que baixo de infecção. Muitas pessoas tomaram só a 1ª dose, há muitos idosos que não voltaram para não tomar a 2ª dose, então temos uma grande parcela da população que não tomou a 2ª dose, ou seja, essas pessoas devem reforçar o cuidado a todo momento”, apontou.