O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta sexta-feira, 18, a 170.938 256, o equivalente a 79,57% da população total. Já o número de vacinados com as duas doses ou com a dose única da Janssen é de 153.759.398, o que equivale a 71,57%. Os dados sobre o avanço da vacinação no Brasil foram reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa com as secretarias de 26 Estados e o Distrito Federal.
A dose de reforço chegou a 59.425.958, o que equivale a 27,66% da população. A cobertura é considerada baixa pelo especialista Carlos Magno Fortaleza, infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele afirma que são precisos mais estudos para entender o comportamento das pessoas que não voltam para a terceira dose, mas ele acredita se tratar de uma cobertura atrapalhada por notícias falsas e receio da mistura de vacinas.
Em 24 horas, foram aplicadas 1.477.298 doses das vacinas. Destas, 832.177 foram doses de reforço, 328.272 foram aplicação de primeira dose e outras 314.843 foram segunda dose. Podem tomar o reforço pessoas que completaram quatro meses desde que tomaram a segunda dose. Não há informações sobre quantas pessoas já poderiam tomar a dose de reforço e ainda não buscaram os postos.
Os Estados do Acre, Amapá, Goiás, Paraná, Roraima e Tocantins não atualizaram as estatísticas de vacinação nesta sexta-feira.
Segundo o levantamento, 33,71% das crianças de 5 a 11 anos já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que significa que foram vacinadas 6,9 milhões de crianças em todo o País. Para este público, a vacinação começou mais tarde, mas dados compilados pelo Estadão evidenciam que a imunização infantil avança em ritmo lento.
Na avaliação do infectologista Carlos Magno Fortaleza, o ritmo da vacinação para crianças e para a dose de reforço evidenciam dois fatores: a força da propaganda antivacina, que causa dúvida em pais e responsáveis sobre a segurança do imunizante e sobre a mistura de imunizantes; e a um desmonte progressivo da estrutura de vacinação no Brasil. “Quando se tratam de crianças, os pais estão vulneráveis, ficam mais assustados e mais suscetíveis às notícias falsas. Vivemos uma situação inédita no País, na qual não conseguimos avançar na imunização da faixa etária em que temos a maior experiência”, disse.
Já o desmonte progressivo da estrutura de vacinação fica evidente, afirma Carlos Magno, na diferença da cobertura vacinal entre Estados. Ele explica que esse desmonte começou antes da pandemia, e já estava claro quando o País deixou de cumprir metas de campanhas vacinais de crianças a partir de 2017. “São Paulo, por exemplo, tem uma logística para vacinação muito grande, já muitos lugares do Norte perderam a estrutura que tinha ao longo dos últimos anos. Já não há mais tantas pessoas que chegam em comunidades isoladas, como aldeias cercadas por rios. Isso cria uma condição desigual”, afirmou.
Em termos proporcionais, São Paulo é o Estado que mais vacinou sua população até aqui: 80,7% da população já recebeu as duas doses do imunizante ou a dose única da Janssen. A porcentagem mais baixa é encontrada em Roraima, onde apenas 44,38% da população recebeu as duas doses da vacina.