Por Aline Reskalla, especial para o Estadão
Embarcações turísticas estão autorizadas a navegar novamente pelos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), a partir desta quarta-feira (30). A liberação ocorre quase três meses após o desabamento de uma rocha de 900 toneladas sobre barcos cheios de turistas na região. Dez pessoas morreram na tragédia.
No entanto, o acesso ao local retorna com restrições. Segundo o decreto publicado assinado pelo prefeito Cristiano Geraldo (PP), a visita ao atrativo será permitida de “forma controlada e com redução de fluxo, respeitando limites de distanciamento dos paredões”.
O prefeito disse que o decreto levou em conta recomendações liminares definidas pela equipe técnica geológica que vem realizando estudos na região. “Nós conseguimos com a equipe de geólogos que veio a Capitólio um estudo preliminar para que nós pudéssemos trabalhar essa reabertura parcial. Também estamos trabalhando junto à Marinha, para que possa haver um reordenamento marítimo do acesso aos cânions, com responsabilidade e sustentabilidade”, disse o prefeito, em vídeo Ele também ressaltou o “quão necessário” é o turismo na região
As novas regras determinam que, diariamente, antes da abertura para as visitações, o local passará pela análise de um geólogo, que vai verificar indícios de processos erosivos ou movimentos de massa.
Além disso, apenas cinco embarcações poderão navegar por vez pelo local. Em caso de chuvas, os passeios deverão ser interrompidos. Outra mudança implementada é o uso obrigatório de capacete e colete salva-vidas a todos os passageiros.
No dia 4 de março, a Polícia Civil divulgou as conclusões do inquérito sobre a tragédia, no qual não foram apontados responsáveis pelo desabamento da rocha. O documento classificou o ocorrido como “evento natural” e listou uma série de recomendações a serem adotadas pela gestão local.
“Queremos mostrar para o Brasil e para o mundo que estamos trabalhando o retorno de forma responsável. A partir do momento que a gente iniciar essa reabertura parcial, vamos ter a normalização gradativa”, disse Cristiano Geraldo.