Um aposentado, de 73 anos, levou um caixão para uma agência do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) após ser dado como morto e ficar sem receber o benefício. O caso inusitado aconteceu nesta quinta-feira (2) em Piracicaba.
Ricardo Santana de Arruda Leme afirmou que foi dado como morto pelo INSS, e mesmo após entrar com recurso, foi orientado a esperar, sem receber a aposentadoria.
“Eles alegam que eu estou falecido, que estou em óbito. Isso de seis meses para cá. Faz sete meses que não recebo. O meu advogado fez todo procedimento legal, mas eles alegam que está em julgamento ainda e vai demorar mais 85 dias para resolver meu problema. Isso para dar a solução, ainda sem saber se vai ser positiva para mim”, relatou em entrevista à EPTV.
Indignado, o aposentado levou o caixão para chamar a atenção da gerência da unidade. “É para simbolizar que eu estou vivo, é um meio de chamar atenção do pessoal. E tem mais gente nessa situação, seria bom que vissem isso e tomassem uma atitude”, afirmou. Após o ato, Ricardo teve o benefício reativado (veja mais abaixo).
DOCUMENTO FALSIFICADO
O aposentado explicou que teve o documento falsificado em outro estado. Com a morte do golpista, foi prejudicado ainda mais.
“Não é justo, acho que eu não mereço isso, trabalhei certinho minha vida toda. Faz sete anos e meio que estou aposentado. Eu entrei com recurso, tinha que entrar de uma forma legal dentro Justiça, na lei. Fiz tudo certinho, não faltou nada no meu recurso, mas uma pessoa há um tempo falsificou meu documento e essa pessoa veio a falecer. Quando eu fui entrar na aposentadoria já tinha aparecido isso, consegui provar que estava vivo, mas agora depois de sete anos e meio tiraram meus proventos alegando que estou em óbito”, explicou.
APOIO DE FAMÍLIA E AMIGOS
Durante a manhã, diversos colegas, amigos e familiares do aposentado participaram do protesto em frente à agência, localizada no Centro.
Também aposentado, o amigo Marcos conta que ajudou a levar o caixão para a agência para ajudar o amigo, que passava necessidade.
“A ideia veio porque ele estava sem dinheiro e precisava comer, viver a vida dele. Ele me pediu para ir buscar com ele, emprestamos um caixão, e colocamos o caixão aqui. É uma forma de protestar porque como você vai viver com 73 anos sem o INSS? Não pensei duas vezes”, afirmou.
A filha do idoso, Sophia Isabele da Silva, também citou a indignação pela demora em confirmar em que o pai não estava morto.
“Meu pai tá muito vivo, contribuiu a vida inteira e no momento que mais precisa teve o benefício negado, é inadmissível. Nesse momento que da vida que acha que vai ter uma tranquilidade, não poder contar com o que você contribuiu que é direito. Ele já entrou com vários recursos, e mesmo assim foi negado, foi constatado como morto andando vivo, nunca vi isso”, afirmou.
VALEU A PENA
Após mais de duas horas do protesto, o aposentado conta que foi chamado pela gerência e conseguiu ter o benefício devolvido.
“Estou muito aliviado. Acho que a gente deve correr atrás do que a gente tem direito. A gerente correu atrás e resolveu pra mim o problema. Precisou fazer tudo isso, mas resolveu o problema. Estou emocionado e muito contente”, disse.
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