O núcleo da Terra parou de girar mais rápido do que o planeta e surpreendeu os cientistas da Universidade de Pequim. As conclusões foram obtidas depois que o grupo de trabalho liderado pelos sismólogos Yi Yang e Xiaodong Song fez a observação das ocorrências de terremotos ao redor da superfície global.
Conforme o artigo publicado na revista especializada “Nature Geoscience”, a partir do acompanhamento feito desde 1995, a possível “paralisação” do núcleo da Terra pode afetar como o planeta funciona. Não estão descartadas, por exemplo, as alterações do nível do mar e da média da temperatura mundial.
“Nos últimos anos, os dias estão ficando mais curtos e pode ser que haja relação com esta mudança. A alteração na rotação também pode modificar o campo gravitacional como um todo e causar deformações na superfície”, detalhou o cientista Xiaodong Song, em entrevista concedida ao jornal espanhol El País.
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Com um raio de quase 3.500 quilômetros, o núcleo tem aproximadamente o tamanho de Marte, é feito, principalmente, de ferro e níquel, e contém cerca de um terço da massa da Terra. Confira outras conclusões feitas pelo estudo:
- O núcleo costumava girar mais rápido do que a Terra em si e, em algum momento no início do século (possivelmente em 2009), teria passado a acompanhar o movimento da Terra;
- Essa mudança afeta os campos gravitacionais e magnéticos da Terra e pode ter consequências geofísicas, como a alteração na duração de um dia completo em algumas frações de segundo;
- A duração de um dia está ligada ao movimento de rotação da Terra em torno do próprio eixo (que dura 23 horas 56 minutos 4 segundos 0,9 décimo de segundo). A mudança, de confirmada, deve impactar o movimento de rotação e, por consequência, a duração de um dia.
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