*Matéria atualizada às 20h com o número de pacientes transferidos nesta segunda-feira*
Após a lotação denunciada por funcionários na ala vermelha não covid-19 do Hospital Mário Gatti no fim de semana, a Prefeitura de Campinas informou nesta segunda-feira (10) que pretende reverter os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de coronavírus para atender casos gerais na unidade.
Segundo a Administração, o objetivo é que na próxima semana 16 leitos de UTI Covid poderão ser revertidos para UTI Geral. Esse procedimento leva 24 horas em média e inclui transferência de pacientes que, porventura, ainda estejam nos leitos, limpeza e readaptação de equipamentos e insumos.
“Com a redução nos últimos dias, o objetivo é que na próxima semana, 16 leitos de UTI Covid poderão ser revertidos para UTI Geral”, disse a Administração. Atualmente, Campinas conta com 159 leitos de UTI para covid-19. Na sexta-feira (7) o índice de ocupação ainda era extremamente alto, com apenas 1 leito livre de UTI Covid-19.
SITUAÇÃO CRÍTICA
No domingo (9), o número de pacientes aguardando transferência na sala vermelha ultrapassou o dobro da capacidade, de acordo com os funcionários (veja vídeo abaixo). Segundo a diretoria do hospital, a alta está relacionada à fase de transição e o relaxamento das restrições na cidade.
“Com o retorno das atividades, o movimento voltou a aumentar. Ou seja, acidentes automobilísticos, pacientes de motocicleta e outros fatos. Então, na sala de urgência da área não-covid, que até o começo desse ano ficou mais ou menos tranquila, houve, novamente, um aumento muito grande de ocupação. Hoje, ela está realmente sobrecarregada. Há uma grande lotação de pacientes”, disse.
A sala vermelha é o local onde pacientes não contaminados pela covid-19 são recebidos, entre eles vítimas de acidentes, infartos, entre outros. Segundo informou um dos enfermeiros da unidade à EPTV Campinas, haviam 24 pacientes esperando por transferência na ala ontem, sendo que a capacidade é de 10 pessoas. Hoje, o número era de 23 pessoas na ala.
No começo da noite a Prefeitura informou que oito pacientes que estavam no local no domingo foram transferidos para leitos.
“Não tem espaço nem para andar direito ou andar com a maca. Não tem como a gente trabalhar nessa situação e dar assistência de qualidade aos pacientes”, relatou um dos funcionários em condição anônima.
Até conseguirem a transferência para os leitos de enfermaria e UTI, os enfermos tiveram que esperar em macas. Em nota oficial hoje, a Rede Mário Gatti, que gerencia o hospital, explicou que “está tomando providências imediatas e seis pacientes já foram transferidos da Sala Vermelha do Pronto-Socorro para internação no próprio Hospital Mário Gatti na manhã de hoje”.
Com isso, cinco pessoas foram para Enfermaria e um para UTI. Além disso, mais 18 pacientes estão assistidos e serão transferidos internamente ou para outras unidades assim que novas vagas forem liberadas pela Central de Regulação Municipal.
A SALA VERMELHA
O Mário Gatti explicou que a sala vermelha é a porta de entrada para as urgências e o fluxo de pacientes, muitas vezes, aumenta principalmente nos finais de semana. Ressaltamos, mais uma vez, que todos são assistidos e ficam temporariamente, de acordo com a evolução do caso (podem ter alta) ou disponibilidade de leito (podem ser transferidos).
No total, o Mário Gatti tem 140 leitos de internação adulto, sendo 62 para pacientes com covid e 78 para casos não Covid. No Pronto-Socorro, há mais 38 leitos de observação, sendo 16 Covid e 22 não Covid. Importante ressaltar que a unidade Mário Gatti Amoreiras (antigo Hospital Metropolitano) atende exclusivamente Covid-19 e é um reforço ao Hospital Mário Gatti. São 26 leitos de enfermaria e sete de observação.
DEMANDA GERAL AUMENTOU
A Prefeitura explicou ainda que a procura do Pronto-Socorro por pacientes não-Covid tem aumentado, tanto para consultas, quanto atendimento de traumas e casos agudos. “Com o movimento de ampliação gradual de cirurgias oncológicas e ortopédicas, alguns leitos de UTI geral precisam ser utilizados por esses pacientes no pós-cirúrgico, gerando maior sobrecarga na Sala