A média mensal de casos graves de covid-19 em crianças subiu de oito para 19 em Campinas na comparação entre 2020 e 2022, o que representa 137% de aumento.
Entre o primeiro ano da pandemia e 2021, quando a taxa foi de 10,3, o avanço chegou a 25%. Já entre o ano passado e este ano, o crescimento de casos graves foi de 84,46%.
Os detalhes e os índices foram apresentados pela diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), Andrea von Zuben, durante live na tarde desta sexta-feira (4).
“Tem aquela ideia de baixa gravidade, mas o aumento tem um impacto importante no número de leitos de pediatria, ainda mais porque a vacina é segura”, argumenta ela.
O panorama atual, considerado preocupante, é percebido em meio à baixa procura pela imunização do público infantil dos 5 aos 11 anos, que tem cobertura vacinal de 19,8%.
Com um público estimado de 112.275 nesta faixa etária e 22.187 primeiras doses aplicadas, o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, reconhece a surpresa.
“É muito preocupante estar abaixo dos 20% na vacinação. É um espanto essa baixa procura. Infelizmente, é fruto de ideologia e guerra das fake news”, lamentou ele.
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CONFIRMAÇÕES
A taxa de diagnósticos de coronavírus em crianças também subiu de 2020 para 2022. Neste quesito, segundo a Prefeitura, o aumento foi de 97% na média mensal.
Enquanto 2020 teve 172,4 confirmações da covid-19 em crianças, 2022 tem até o momento 339. A expansão da transmissão é registrada desde 2021, com taxa de 285,3.
“Esses resultados são fruto dessa carcterística das doenças virais. Conforme há o avanço da pandemia, ocorre esse deslocamento de faixa etária”, explicou von Zuben.
VACINAÇÃO NAS ESCOLAS
Defendendo a necessidade de ampliar a vacinação do público infantil, a Prefeitura segue apostando nas edições do Dia D aos sábados e na vacinação por demanda espontânea.
Enquanto isso, reconhece que também planeja o início da vacinação nas escolas da rede municipal. A medida, porém, depende de reuniões e não tem data para acontecer.
De acordo com a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, os pais serão avisados. “Os pais serão avisados e poderão enviar um termo de recusa da aplicação”, explicou ela.
Conforme definição da pasta de Saúde, quando a escola identifica a falta da vacina em algum alunos, os pais são orientados a procurar uma unidade básica de saúde.
Além disso, ainda conforme von Zuben, será necessário também informar o Conselho Tutelar sobre a rejeição da imunização por parte dos pais ou responsáveis.