Um levantamento da pasta de Saúde de Campinas mostra que o número de crianças internadas com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) aumentou 102,73% em um mês.
Em fevereiro, a cidade tinha 73 casos. Já em março, o total passou para 148. O número atual representa quase 30% do total de crianças internadas nas unidades da cidade.
Por conta do problema, a Prefeitura planeja implantar nos próximos dias mais cinco leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) pediátrica nos hospitais públicos municipais.
PREOCUPAÇÃO
O secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, não esconde a preocupação, já que a taxa de uso das UTIs exclusivas por pacientes infantis também é alta.
“Dos 29 leitos de UTI do SUS Municipal, nós temos 25 ocupados atualmente. E destes 25, 13 estamos investigando porque existe a suspeita de covid-19”, detalha o titular da pasta.
Campinas também divulgou o número total de UTIs exclusivas para crianças na cidade, somando o SUS Municipal, o SUS Estadual e a rede particular. Dos 99 leitos, 93 são usados hoje.
Conforme o boletim, a taxa corresponde a 93,9%. Há seis vagas disponíveis. Dos 93 pacientes, 53 estão com SRAG. Os leitos de UTI infantil estão disponibilizados da seguinte maneira:
SUS Municipal – 29 leitos. Todos estão ocupados, o que equivale a 100% de ocupação.
SUS Estadual – 20 leitos, dos quais 19 estão ocupados, o que equivale a 95%. Há 1 leito disponível.
Particular – 50 leitos, dos quais 45 estão ocupados, o que equivale a 90% de ocupação. Há 5 leitos livres.
O QUE EXPLICA O AUMENTO?
O médico pediatra, Fernando Belluomini, lembra que no outono, estação que começou em 20 de março, os casos de síndromes respiratórias costumam aumentar. Porém, cita motivos sociais.
“O aumento nessa época é algo que a gente já espera por conta da sazonalidade dos vírus respiratórios, mas esse ano isso é incrementado por conta da retomada das atividades e do convívio”, diz.
O QUE OS PAIS PODEM FAZER?
Ainda de acordo com Belluomini, os pais devem se atentar para proteger as crianças com sintomas. Segundo ele, alguns casos não precisam de atendimento e podem se trará em casa.
“A pessoa com tosse, coriza e dorzinha de garganta, mas que não tem dificuldade pra comer pode ficar em casa e beber muita água para se hidratar, além de limpar bem o nariz”, detalha.
Como sinal de alerta, ele aponta principalmente a dificuldade para respirar e se alimentar adequadamente. Nestes casos, indica que os pais ou responsáveis devem procurar algum hospital.
“Se tá cansado pra respirar, há mudança na cor da pele e de comportamento, deve procurar um médico. O mais preocupante é o vírus sincicial respiratório abaixo dos dois anos de idade”, completa.
DADOS DE SRAG
Crianças internadas com SRAG em Campinas
Fevereiro: 73 casos
Março: 148 casos
Aumento de 102,73%
No total
Crianças internadas: 518
Crianças com SRAG: 148
Em termos percentuais, 28,5%