A nova variante do coronavírus que se assemelha à da África do Sul e registrada na cidade de Sorocaba ainda não foi detectada em Campinas, confirmou nesta quinta-feira (8) a Prefeitura. Somente a primeira cepa, a P.1, de Manaus, foi confirmada por exames em quatro pacientes no final de março (leia mais abaixo).
Segundo a Prefeitura, os sequenciamentos genéticos de casos da cidade são enviados de forma sistemática para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para confirmar a presença de novas variantes da doença. Até o momento, a nova cepa de Sorocaba ainda não teve resultado positivo no município.
Apesar disso, a Administração de Campinas está preocupada com a possível contaminação dessa segunda variante. Sorocaba fica a 86 km de distância e a cepa nova foi detectada na cidade há uma semana, no dia 31 de março.
Por isso, Campinas explicou que mantém as restrições mais severas da fase emergencial do Plano São Paulo, válida até o dia 11 de abril. Entre as restrições estão o toque de recolher, das 20h às 5h, com uso da Guarda Municipal e apoio da Polícia Militar, barreiras sanitárias e limitação de um morador por família em mercados e padarias. Ainda não há informação confirmada se as restrições severas serão mantidas após o dia 11.
Sobre a variante de Sorocaba, ela foi confirmada pelo governo João Doria (PSDB) em um morador da cidade. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o material genético do vírus foi analisado. Embora seja similar à da África do Sul, não é descartado que seja uma nova variante.
De acordo com ele, é uma variante assemelhada à da África do Sul, embora não haja histórico de viagem ou de contato com viajantes à África do Sul. “Então também existe a possibilidade de que seja já uma evolução da nossa P1 em direção a essa nova mutação da África do Sul”, disse Covas.
A P.1
A variante brasileira P.1 da covid, a mutação que torna o coronavírus mais contagioso e também mais resistente a anticorpo, foi detectada em quatro pacientes de Campinas. Eles foram atendidos pelo Cecom (Centro de Saúde da Comunidade) da Unicamp e por outros serviços da cidade. Todos estão curados. São dois homens e duas mulheres de três regiões da cidade e com idades entre 28 e 69 anos.
A suspeita de que a variante estivesse em circulação em Campinas surgiu em meados de fevereiro, em função do aumento de novos casos da doença e de internações.
O PRIMEIRO CASO
O primeiro caso de P.1 em Campinas foi confirmado em fevereiro, em uma mulher de 78 anos, que chegou à cidade em 14 de janeiro, num voo direto de Manaus. Ela desembarcou já com os sintomas da covid-19 e foi levada para uma unidade de saúde e depois internada em hospital da rede privada, onde permaneceu até 25 de janeiro. Os passageiros que estavam próximos a ela no voo, assim como suas duas filhas, foram monitoradas.