A Unicamp, em Campinas, emprestou 16 cilindros de oxigênio para o governo do estado de São Paulo, que os distribuiu para a região de Registro (a 258 km de Campinas). A universidade informou a carga com o insumo foi enviada no sábado (27) para a região onde havia a iminência do oxigênio acabar. O aumento rápido de casos de covid-19 levaram a alta demanda pelo recurso.
Além disso, outros 119 cascos serão coletados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico para distribuição em outras cidades do estado. A medida, segundo a Unicamp, é para amenizar os problemas de envio do insumo em São Paulo.
CRISE
“O estado está passando por uma crise de distribuição de oxigênio por conta do aumento da demanda. Vários municípios passaram a entrar em uma fase crítica de pessoas internadas. Através do Cruesp [Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas], a Secretaria de Desenvolvimento do estado solicitou às universidades que providenciassem o empréstimo dos cilindros. As três universidades paulistas estão ajudando com esse esforço”, disse o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, Munir Salomão Skaf.
Segundo o pró-reitor, o levantamento, que ainda está sendo realizado, já apontou 119 cilindros na Unicamp, os quais devem ser coletados hoje (30). A coleta, a distribuição e o abastecimento são realizados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que está pedindo doações e empréstimo de cilindros também a empresas e laboratórios. Os cascos serão cedidos temporariamente.
O professor afirma ainda que essa não é uma situação ideal, mas as universidades estão fazendo uma espécie de mutirão para contribuir nesse momento de crise. “Estamos cedendo temporariamente para atender a uma situação emergencial. Está faltando oxigênio e não queremos que aconteça o que aconteceu em Manaus. A restituição às universidades será feita tão logo esse momento crítico seja vencido”.
CRISE DE OXIGÊNIO
A demanda por oxigênio hospitalar, devido ao agravamento da epidemia de covid-19 no país, teve um aumento de 56% nas duas primeiras semanas de março, em comparação com o mesmo período em dezembro de 2020, de acordo com a maior produtora no país, White Martins.
Em janeiro, a falta de oxigênio levou à morte de pelo menos 30 pessoas nos hospitais da região de Manaus, no Amazonas. Diante do aumento de internações por covid-19 no Brasil, a iminência da falta de oxigênio já é apontada por 76 municípios, segundo documento da Frente Nacional da Prefeitos.
No estado de São Paulo, 115 municípios apontam que só têm estoque para menos de uma semana, segundo levantamento do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP) divulgado no dia 24 de março.
(Com informações da Unicamp)