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coronavirusEstresse causado pela pandemia faz crescer os casos de bruxismo

Estresse causado pela pandemia faz crescer os casos de bruxismo

Número de atendimentos por dentes quebrados sem motivo aparente quase dobrou em 2021

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Casos aumentaram após pandemia de covid (Foto: Pixabay) 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O estresse e a tensão gerados pela pandemia podem trazer consequências para além da saúde mental da população. O número de atendimentos por dentes quebrados sem motivo aparente quase dobrou em 2021, segundo dados da OdontoCompany, rede de clínicas odontológicas.

Segundo Ben Hur Morimatsu, cirurgião dentista e diretor de controle de qualidade da OdontoCompany, o bruxismo pode também estar relacionado a fatores genéticos e respiratórios, mas, durante a pandemia, questões psicológicas, como a ansiedade, afetaram diretamente a incidência de desgaste nos dentes.

O bruxismo é mais frequente em crianças e ocorre durante o sono. “Quanto pior a qualidade do seu sono e mais leve ele for, mais episódios de bruxismo você apresenta e mais você usa a musculatura”, explica Andréa Lusvarghi Witzel, cirurgiã dentista e professora da Faculdade de Odontologia da USP.

A estrutura é a ATM (articulação temporomandibular), que liga a mandíbula ao crânio e permite ações como mastigação e fala. Ao grupo de condições que causam dores e perturbações na musculatura e na articulação da região, dá-se o nome de DTM (disfunções temporomandibulares).

“As DTMs são consideradas um guarda-chuva para várias doenças, porque você tem várias alterações diferentes dentro da disfunção temporomandibular”, ressalta a professora.

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Mais comum em mulheres, as disfunções causam dores que podem ser incômodas no dia a dia dos pacientes. Acometem mais pessoas entre 20 e 40 anos.

Dentre muitos problemas que podem atingir a ATM, estão a mialgia (dor muscular local), dor miofascial (dor crônica muscular que se irradia da articulação para diferentes partes do corpo) e desvios na abertura da boca.

Os sintomas de cada disfunção são diferentes, mas, no geral, incluem dores de cabeça, de ouvido, no maxilar e na face. DTMs podem limitar a mastigação e a movimentação da mandíbula e causar estalos e crepitações.

Primeiro passo é orientar o paciente Cirurgiões dentistas reforçam que problemas na articulação temporomandibular e dores consequentes do bruxismo são, em sua maioria, resolvidos com tratamento não invasivo.

“O primeiro passo [no tratamento] é orientar o paciente”, diz Andréa Lusvarghi Witzel, cirurgiã dentista e professora da Faculdade de Odontologia da USP.

No caso do bruxismo, a melhoria da qualidade de sono é essencial. Especialistas recomendam evitar o uso de telas e atividades físicas próximo ao horário de dormir e manter uma rotina com horários estabelecidos para se deitar e levantar.

Além disso, a utilização de uma placa nos dentes na hora de dormir diminui o desgaste resultado do bruxismo. Andréa cita a existência de aplicativos de celular que, de tempos em tempos, enviam notificações para que o paciente lembre de soltar a tensão dos dentes.

Fisioterapia, medicamentos, acupuntura e técnicas com uso de laser também são opções no tratamento das disfunções da ATM. Caso nenhuma dê resultado, a cirurgia surge como última opção para resolver os incômodos.

SAIBA MAIS

BRUXISMO

O bruxismo é a desordem caracterizada pelo ranger ou apertar dos dentes, principalmente durante a noite

Causa desgaste nos dentes e dores de cabeça

Tipos de bruxismo

De vigília

A pessoa range ou morde os dentes enquanto está acordada, como em momentos de estresse, nervosismo ou concentração

De sono

Mesmo dormindo, a pessoa range os dentes em movimentos esporádicos

Disfunções

A ATM (articulação temporomandibular) é a estrutura anatômica que liga a mandíbula ao crânio. São dois ossos, a mandíbula e o osso temporal, e, entre eles, há um disco articular

As DTMs (disfunções temporomandibulares) são um grupo de condições que causam dores e perturbações musculares ou articulares na região da ATM

Atingem mais mulheres que homens e são mais comuns na faixa etária dos 20 aos 40 anos

Sinais e sintomas

Dor muscular

Dor maxilar

Dor de ouvido

Dor de cabeça

Dor na face

Limitação nos movimentos mandibulares

Estalos e crepitações

Causas

Fumo, álcool ou drogas

Estresse e ansiedade

Arcada dentária irregular

Prática de esportes de alto rendimento

Apneia

Problemas neurológicos

Uso de algum determinado medicamento

Diagnóstico

Exames dentários observam desgastes e alterações na estrutura

Na polissonografia (exame do sono) são identificados os movimentos do ranger dos dentes

Relato de quem convive com a pessoa ajuda a identificar o problema

Como tratar

Melhoria na qualidade de sono

Uso de placa oclusal (placa para bruxismo)

Corrigir técnicas de mastigação e evitar comidas mais duras no período de dor aguda

Fisioterapia

NA INFÂNCIA

É comum crianças rangerem os dentes para encontrarem uma posição de encaixe melhor, o que não pode ser confundido com bruxismo

É preciso um diagnóstico correto de um especialista para saber se há o hábito

Fontes: Andréa Lusvarghi Witzel, cirurgiã dentista e professora da Faculdade de Odontologia da USP; Ben Hur Morimatsu, cirurgião dentista e diretor de controle de qualidade da OdontoCompany; Conselho Regional de Odontologia de São Paulo

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