Dados do Painel Covid-19, divulgados pela Prefeitura de Campinas, apontam que 12,9% dos casos de coronavírus registrados no município foram considerados como “graves” em 2021. No total, de janeiro até o dia 2 de junho, foram 47.015 moradores infectados com a doença 12,8% com gravidade. No ano passado, a porcentagem de casos graves foi menor: 10,6%.
Vale destacar também que no começo desse mês o número de pessoas mortas pelo vírus ultrapassou o número total de mortes de todo o ano passado, quando a pandemia se iniciou (leia mais aqui). Neste ano, até o momento, foram registrados 48.197 casos de coronavírus.
RASTREIO
No levantamento divulgado pela Prefeitura, a maior concentração dos casos da doença neste ano foi registrada no CS (Centro de Saúde) do Centro: 2.795 casos. Em seguida, aparece os casos na unidade do Centro de Saúde do Taquaral (2.312) e em terceiro, o CS do Aurélia (2.233).
No ano passado, a maior parte dos casos também se concentraram nesses centros de saúde: CS Centro teve 3.386 registros de casos de covid e o Taquaral, 2.606. Já o Aurélia 2.125 moradores diagnosticados com o coronavírus.
Apesar de ter maior percentual de casos graves, o número total registrado em 2021 ainda não é superior ao do ano passado – que teve 54.346 casos confirmados.
CAUSAS
Entre as causas apontadas para esse aumento de casos e graves e mais mortes nestes cinco primeiros meses do ano, estão a circulação da variante P.1 – confirmada na cidade no dia 31 de março e que tem indícios de ser mais letal – e também ao afrouxamento da quarentena de covid-19 até o começo de março.
Inclusive, o terceiro mês do ano foi considerado o mais letal da pandemia até agora, com 612 mortes de covid-19, segundo último dado informado pela Prefeitura.
Para a médica infectologista do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) Valéria Almeida, o vírus da covid-19 tem, de fato, muitas variantes descritas, mas apenas algumas têm impacto no caso clínico, como é o caso da P.1 que circula em Campinas.
“Já temos sabido por algumas publicações que a P.1 é uma variante que leva a casos mais graves, de comprometimento pulmonar mais importante. A manifestação clínica da p.1 é mais agressiva do que o vírus original, que circulou ano passado na cidade. Então, além da característica de ter uma transmissibilidade maior, a variante também tem a capacidade de causar uma doença mais severa. A variante original trazia quadros mais leves”, disse ela.
3ª ONDA
Com este cenário e o aumento de casos registrado na última semana, a Prefeitura emitiu um alerta sobre a situação epidemiológica de Campinas. Além disso, o Devisa de Campinas acredita na possibilidade de uma 3ª onda – especialmente se a variante indiana for introduzida no território.