SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)- O estado de São Paulo registrou os dois primeiros casos no Brasil da variante do novo coronavírus identificada no fim de 2020 no Reino Unido. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A confirmação foi feita pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, vinculado à pasta, após o sequenciamento genético de amostras encaminhadas pelo laboratório privado Dasa no sábado (2).
Uma das pessoas com essa nova variante do vírus é uma mulher de 25 anos que mora em São Paulo e que se infectou após ter contato com viajantes que passaram pelo território britânico. Ela começou a apresentar sintomas no dia 20 de dezembro, como dor de cabeça, dor de garganta, tosse, mal estar e perda de paladar, e realizou um exame PCR em 22 de dezembro.
A outra pessoa infectada é um homem de 34 anos, e a equipe de vigilância epidemiológica está investigando o histórico do caso, bem como local de moradia e sintomas.
A investigação epidemiológica sobre ambos os casos está em andamento e, por isso, não há mais detalhes sobre o quadro clínico e sintomas apresentados pelos pacientes.
Até o momento, não há comprovação científica de que esta variante inglesa encontrada no Brasil é mais virulenta ou transmissível em comparação a outras previamente identificadas. O comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude e fatores demográficos e climáticos.
No domingo (3), o governo paulista, sob gestão João Doria (PSDB), já havia descartado dois de quatro casos de suspeita de contaminação em São Paulo pela nova variante do vírus.
LOCKDOWN
Em dezembro do ano passado, o governo do Reino Unido identificou uma nova cepa do novo coronavírus, o que levou a um novo lockdown em partes da Inglaterra e fez com que países da Europa e de outros continentes fechassem as suas fronteiras para viagens oriundas de território britânico. Na sequência, França, Espanha, Suécia e Itália também anunciaram casos da mutação do vírus.
Nesta segunda (4), o governo do Reino Unido divulgou mais um recorde no número de novos casos de Covid-19 na região, o que aumentou a pressão para que o premiê britânico, Boris Johnson, decrete um confinamento nacional na Inglaterra, incluindo o fechamento das escolas.
No mesmo dia, a Escócia anunciou um novo lockdown até o fim de janeiro para conter o avanço de novos casos do novo coronavírus.
As novas regras começam a valer à meia-noite desta terça (5) e foram anunciadas como uma resposta à variação do coronavírus 70% mais transmissível e que já responde, segundo a primeira-ministra do país, Nicola Sturgeon, por quase metade das novas infecções na Escócia.