A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo monitora três moradores da cidade de São Paulo que estavam no voo vindo da Índia que desembarcou no último sábado (22) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Grande SP).
Neste voo, um passageiro de 32 anos confirmou positivo para a variante B.1.617.2, da Índia, segundo análise do Instituto Adolfo Lutz da Secretaria da Saúde de São Paulo. O passageiro mora em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e, no intervalo de cinco dias, circulou em São Paulo e no Rio.
“Nós estamos monitorando os três passageiros desse voo que são da cidade de São Paulo. Já fizemos os contatos e estamos monitorando para ver se as pessoas apresentam os sintomas e, partir daí, orientá-las sobre a testagem, num acompanhamento e monitoramento direto”, afirmou ao Agora o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.
O secretário afirmou ainda que os testes realizados em pessoas que apresentaram sintomáticos respiratórios dos últimos 20 dias foram encaminhados tanto para o Instituto Butantan quanto para o IMT (Instituto de Medicina Tropical), da USP, para realização de sequenciamento genético. Só assim será possível saber se a variante indiana já contaminou alguma pessoa na capital e se essa cepa está circulando.
Ele afirmou que essa variante é de preocupação. Tanto o é que desde a semana passada a prefeitura vem tomando medidas tais como a criação de barreiras sanitárias em terminais de ônibus, entre eles o Tietê, Bresser e Jabaquara. A partir desta quinta-feira (27), começa a operar uma nova barreira sanitária, no aeroporto de Congonhas (zona sul de SP).
Aparecido afirmou que outra medida é a de criação de 250 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19, medida anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) no dia 20 deste mês.
“Nós temos verificado o seguinte: há um crescimento dos casos novos na média móvel dos últimos 14 dias, e nossa equipe técnica visualiza um aumento de casos para as próximas semanas, aumentando a pressão sobretudo na rede hospitalar”, afirmou.
NÚMEROS
O boletim mais recente da prefeitura indica que a cidade de São Paulo atingiu 30.011 mortes por Covid-19. Desde o início da pandemia, foram 1.135.856 casos.
Aparecido afirmou ainda que a taxa de ocupação da rede hospitalar está muito alta, perto de 80%. “Quando a gente começou o enfrentamento da segunda onda, em fevereiro, estávamos com 50%”, afirma.
Funcionários do Municipal Inácio Proença de Gouvêa, na zona leste de São Paulo, afirmam que a unidade passará por adequações nos próximos dias para ser inteiramente reservada para pacientes que vierem a contrair a variante indiana, informação que o secretário nega. Segundo ele, conforme anunciou o governo estadual, o hospital de referência para atendimento da variante indiana será o de Guaianases, na zona leste da capital.
Apesar da preocupação do secretário municipal de Saúde de São Paulo, tanto Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência do coronavírus do estado de São Paulo, quanto João Gabbardo, coordenador executivo do mesmo órgão, descartaram uma terceira onda, justificando que os patamares atuais de circulação do vírus são altos. “Os indicadores não apontam essa terceira onda”, afirmou Gabbardo.