Sumaré foi a cidade do estado de São Paulo que mais registrou mortes de pacientes que aguardavam na fila por leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) durante o último mês.
O número em SP de vítimas fatais que não chegaram a ter o atendimento adequado foi de quase 500 pessoas em março. Só em Sumaré, foram 81 mortes de pessoas na fila.
O levantamento foi divulgado pela EPTV na manhã de hoje. Março também terminou sendo o mês mais letal da pandemia na região e em todo o estado.
Segundo o balanço, ao menos 496 pessoas com covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram no último mês no estado. Os pacientes estavam cadastrados no sistema de regulação de transferências do estado, mas não resistiram até chegar a vaga, de acordo com a Secretaria da Saúde.
OUTRAS CIDADES
A segunda cidade com maior número de mortes foi Franco da Rocha, na Grande São Paulo, com 48 mortes. Em seguida vem Bauru, com 47.
Na RMC (Região Metropolitana de Campinas) ainda aparece Santo Antônio da posse, com duas mortes.
VÍTIMAS
Durante o último mês, alguns casos de pessoas que morreram em Sumaré foram relatados em reportagem.
Entre eles, estavam Antônio Carlos Colin, de 52 anos, Cícero Rodrigues de Meneses, de 71 anos, e Reinaldo Azevedo dos Santos, de 59 anos. Todos eles estavam na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Macarenko e cadastrados na Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
Em nota, a Cross disse que a regulação de leitos depende da disponibilidade de leitos e da condição clinica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino. Segundo a central, a demanda no estado cresceu 117% em comparação ao pico da pandemia do ano passado.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Procurada, a Prefeitura de Sumaré afirmou que desde o início da pandemia reorganizou toda a rede municipal de saúde para o enfrentamento do surto epidemiológico no que se refere à ampliação de leitos para internação e na assistência ambulatorial para pacientes que apresentem sintomas gripais.
Segundo a Administração, cinco unidades da rede de atenção primária à saúde atendem exclusivamente pacientes com sintomas respiratórios leves em esquema de procura espontânea, com a ampliação de atendimento aos finais de semana no ano de 2021.
Em nota, a Prefeitura cita que grandes vias rodoviárias que cortam a cidade como as rodovias do sistema Anhanguera/Bandeirantes, são fator importante pela sua direta influência em corredores de disseminação do vírus devido ao trânsito de pessoas de outras cidades, “na dificuldade em aumentar as taxas de isolamento social no município e na necessidade de ofertar serviços de saúde em cada uma das regiões de Sumaré para evitar o trânsito de pacientes infectados”.
Quanto às hospitalizações, a Prefeitura afirma que “ocorreram sucessivas ações de ampliações de leitos dedicados exclusivamente a pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19 desde o mês de dezembro de 2020, quando a Secretaria Municipal de Saúde identificou que a taxa de novos casos a cada semana passou a apresentar aumento a cada período”.
“Mesmo com o exposto, é imperioso destacar que nenhum paciente do município teve seu atendimento prejudicado por falta de leitos na rede municipal, sejam leitos com suporte ventilatório ou de enfermaria, com o apoio de equipe multidisciplinar no devido acompanhamento destes pacientes, mesmo aqueles que aguardam transferência devido o grau de complexidade do caso” disse em nota.