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CotidianoUnicamp desenvolve composto natural para tratamento de infecções

Unicamp desenvolve composto natural para tratamento de infecções

Nova patente pode prevenir infecções que afetam gestantes e prejudicam recém-nascidos

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Estudo em conjunto entre universidades teve invento protegido com patente solicitada pela Agência de Inovação Inova Unicamp (Foto: Pedro Amatuzzi)

Uma parceria entre quatro universidades do Brasil, entre elas a Unicamp, de Campinas, desenvolveu um novo composto que potencializa efeito antimicrobiano e pode ser uma alternativa a antibióticos convencionais.

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O composto inovou na combinação de nanopartículas de prata, que já era estudada no combate a superbactérias, com o óleo de copaíba, que também tem atividade de interesse médico e sanitário. 

Segundo os pesquisadores, o óleo de copaíba já era conhecido como “antibiótico natural da mata” e esse intercâmbio resultou em um composto de maior eficácia terapêutica, com menos componentes e redução de efeitos adversos.

“É mais difícil para a bactéria desenvolver mecanismos de resistência contra dois compostos associados que atuam em sinergia. O óleo de copaíba tem vários princípios ativos, o que dificulta e reduz, ainda mais, a seleção de bactérias multirresistentes”, diz a professora Renata Kobayashi, uma das pesquisadoras da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

INFECÇÕES EM GESTANTES

A combinação poderá ser uma alternativa aos antibióticos convencionais e tem potencial para tratamento de infecções em gestantes.

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Os pesquisadores já realizaram alguns ensaios “in vitro” (fora de um organismo vivo) com alguns tipos de micro-organismos que podem ser danosos à saúde humana, como o fungo Candida albicans, responsável pela doença candidíase que pode afetar várias partes do corpo. 

A bactéria Streptococcus agalactiae também foi estudada. Ela pode colonizar a mucosa vaginal em gestantes e ser transmitida ao bebê no momento do parto uma das causas mais frequentes de infecção generalizada em recém-nascidos.

“Começamos a buscar um produto natural, pensando no tratamento da gestante colonizada por S. agalactiae, pois ela não pode tomar qualquer tipo de medicação. A associação de nanopartículas de prata e óleo de copaíba potencializou o efeito antimicrobiano e diminuiu a concentração necessária de ambos”, explica a professora Sueli Ogatta, do Laboratório de Biologia Molecular de Microrganismos da UEL.

Segundo estimativa do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, 75% das mulheres irão apresentar ao menos um episódio de candidíase vaginal durante a vida.

ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL

Além de ser uma alternativa ao uso de antibióticos convencionais, a prata utilizada não usa elementos químicos que resultam em substâncias tóxicas à natureza. 

O seu processo produtivo é biológico, e a síntese da nanopartícula é feita a partir do fungo Fusarium oxysporum. Ele secreta enzimas que promovem a transformação do sal de prata em nanoprata. 

Segundo o pesquisador do IQ (Instituto de Química) da Unicamp, Nelson Duran, a prata utilizada para a produção das nanopartículas é a mesma que encontramos em joias, a diferença está no tamanho.

“A prata é a mesma, só que uma é macro e a outra é nano,” esclarece Duran, um dos pioneiros nos estudos de nanobiotecnologia no Brasil.

Por outro lado, o óleo de copaíba é uma fonte de renda valiosa para populações da Amazônia. A extração, com manejo sustentável, garante produção duradoura, em ciclos, sem o corte das árvores.  

A coleta adequada do óleo de copaíba não prejudica a árvore (Foto: Arquivo/Sueli Fumie)

UNIVERSIDADES

A cooperação técnica envolveu treze pesquisadores das Universidades Estaduais de Campinas, Maringá e Londrina, e da Universidade Federal do Amazonas. O invento foi protegido com patente solicitada pela Agência de Inovação Inova Unicamp.

A exploração comercial da tecnologia estará disponível a empresas que, em contrapartida, destinarem parte dos ganhos às universidades envolvidas. 

A tecnologia poderá ser aproveitada em formulações de antissépticos e antimicrobianos de uso tópico (como cremes e pomadas para a pele), produtos de limpeza, sanitizantes e até em tecidos com a função antimicrobiana.

O próximo passo do grupo interinstitucional é testar a eficácia da combinação das nanopartículas de prata e óleo de copaíba contra alguns vírus, em especial o coronavírus. 

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