Nos últimos dois anos, o número de atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de acidentes domésticos quase sextuplicou nos hospitais da região de Campinas. Segundo dados da secretaria do Estado da Saúde, entre janeiro e julho de 2024, foram registrados 238 casos. No mesmo período de 2023, esse total foi de 91, o que representa um aumento de 161%.
Em comparação com 2022, o aumento foi de 495%. O número de casos registrados nos primeiros sete meses de 2024 já superou o total de ocorrências de todo o ano retrasado, que somou 83 atendimentos
Quais os tipos de acidentes mais comuns com crianças?
Os dados consideram menores de 14 anos atendidos em unidades de saúde municipais e estaduais. Entre os principais tipos de acidentes estão:
- Quedas
- Cortes
- Choque elétrico
- Queimaduras
- Intoxicação
- Afogamento
- Ingestão de objetos estranhos
Como evitar esses tipos de acidentes?
A secretaria do Estado da Saúde alerta que, embora o aumento no número de atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de acidentes domésticos seja preocupante, não há uma explicação clara para essa variação nos dados. O cenário, porém, reforça a necessidade de cuidados preventivos dentro de casa.
Em casos de acidentes domésticos, alguns procedimentos simples podem ajudar até que o socorro especializado chegue. O pediatra Fernando Belluomini, do Hospital das Clínicas da Unicamp, orienta sobre o que fazer em algumas situações comuns:
Cortes: A prioridade é controlar o sangramento. Utilize um pano limpo para comprimir o local até que o atendimento médico possa ser realizado.
Queimaduras: A recomendação é lavar a área e resfriar a pele com água corrente. Não se deve usar gelo, água gelada ou aplicar substâncias como manteiga.
Afogamento: Após o resgate, verifique se a criança está consciente. Caso esteja desacordada ou com dificuldades para respirar, é importante iniciar a respiração boca a boca enquanto aguarda o socorro.
Saiba mais
Do nascimento aos seis meses de vida do bebê, algumas atitudes podem ser tomadas:
PARA EVITAR RISCO DE SUFOCAMENTO
- Não use talco ou produtos em pó no bebê;
- Mantenha o lençol sempre ajustado ao colchão e fique atento para que o rosto do bebê não fique encoberto por almofadas, travesseiros ou cobertores;
- Evite o uso de cordões e enfeites de cabelo;
- Evite o contato da criança com peças pequenas, como clipes, botões, moedas e anéis. Ofereça brinquedos grandes e adequados para a faixa etária de cada criança;
- Evite que a criança tenha contato com papéis de bala, sacos plásticos, cordões e fios.
PARA EVITAR RISCO DE QUEDA
- O berço e/ou cercado do bebê devem ter grades altas com, no máximo, 6 cm entre elas;
- Não deixe a criança sozinha em cima de móveis;
- Não deixe a criança sob os cuidados de outra criança;
- Use barreiras, grades e redes de proteção em escadas e janelas;
- Confira se pias, tanques de lavar roupas e lavatórios estão bem fixos.
PARA EVITAR RISCO DE INTOXICAÇÃO
- Nunca dê remédios que não tenham sido prescritos pelo profissional de saúde e fique atento aos prazos de validade de cada medicação.
PARA EVITAR RISCO DE QUEIMADURA
- No banho, fique atento à temperatura da água (a ideal é 37 ºC);
- Confira também a temperatura dos alimentos ofertados, caso a criança não esteja sendo alimentada exclusivamente com o leite materno;
- Evite tomar líquidos quentes ou fumar enquanto estiver com a criança no colo.
PARA EVITAR RISCO DE AFOGAMENTO
- Não deixe a criança sozinha na banheira;
- Mantenha a criança afastada de baldes, tanques, vasos, poços e piscinas. Mesmo um nível baixo de água, pode causar afogamento.
PARA EVITAR ACIDENTES NO TRANSPORTE
- Bebês devem ser transportados no bebê conforto ou na cadeirinha conversível.
PARA EVITAR RISCO DE ENVENENAMENTO
- Mantenha produtos de limpeza, medicamentos e produtos de higiene pessoal fora do alcance da criança.
PARA EVITAR RISCO DE QUEIMADURA
- Limite o acesso da criança à cozinha;
- Dê preferência por usar as bocas de trás do fogão e deixe os cabos das panelas virados para a parte central;
- Fique atento ao forno ligado, ferro de passar roupas, chapinha de cabelos, modelador de cachos, aquecedor e outros equipamentos quentes;
- Coloque protetores nas tomadas;
- Evite fios elétricos soltos e ao alcance da criança.
OUTROS CUIDADOS
- Acidentes com animais domésticos: em caso de contato com animais, essa ação deve ser supervisionada.
- Autossegurança: ao sair de casa, conduza a criança pela mão de forma segura para que ela não se solte e corra para locais perigosos. Além disso, não permita que a criança brinque em locais com circulação de veículos.
- Choques elétricos: não permita que a criança brinque e solte pipa, papagaio ou arraia em locais onde há postes de luz e fiação elétrica.
- Acidentes de trânsito: após os 7 anos e meio, as crianças deixam de usar a cadeira de transporte infantil, mas devem continuar sentando no banco de trás do carro, presas por um cinto de segurança de três pontos. Somente crianças com mais de 10 anos podem sentar no banco da frente, sempre usando o cinto de segurança.
Com informações de Bianca Rosa/EPTV Campinas
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