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CotidianoAgricultores fazem "tratoraço" na região contra aumento de ICMS

Agricultores fazem “tratoraço” na região contra aumento de ICMS

Manifestação aconteceu em diversas cidades da região, contra as mudanças nas alíquotas de ICMS

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Produtores saíram com tratores pelas ruas de Holambra (Foto: Luciano Claudino/Codigo19)

Agricultores, produtores rurais, sindicatos e associações agrícolas da região de Campinas aderiram na manhã de hoje (7) ao “tratoraço” contra as mudanças nas alíquotas de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em São Paulo.

Na noite desta quarta-feira (6), apesar do recuo da gestão João Doria (PSDB) em aplicar a mudança tributária para vários setores e até a desistência da revisão tributária para outros, as entidades do agronegócio decidiram manter a manifestação, pois nem todos os produtos serão beneficiados com o cancelamento.

Na RMC (Região Metropolitana de Campinas) Holambra e Jaguariúna confirmaram participação na ação. Além deles, cidades do Circuito das Águas, e cidades próximas, como Limeira, Piracicaba e Mogi Mirim também aderiram aos protestos com carreata.

Em Holambra, a concentração de tratores e veículos agrícolas foi feita em frente ao Moinho Povos Unidos, de onde os produtores saíram em carreata, percorrendo as ruas da cidade.    

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PROTESTOS

Segundo os produtores, a ação teve o fim de “chamar a atenção dos consumidores de que o aumento recairá sobre o preço final dos produtos”, pedindo que o governador João Dória “revogue os decretos 65.254 e 65.255/2020 que vigoram a partir deste mês e prejudicam toda a cadeia de flores – produtores, atacadistas e varejistas”.

As cooperativas de Holambra, que reúnem cerca de 500 produtores e respondem por 70% da produção de flores do país, dizem que o setor ainda sofre os efeitos da pandemia e não teria condições de absorver o aumento na tributação. O ano de 2021 começou com um faturamento 30% menor devido ao cancelamentos de festas de Natal e ano novo.

Em Indaiatuba, o Sindicato Rural também repudiou o aumento do ICMS, com faixas em frente ao prédio. Já em Campinas, o Sindicato Rural informou que não tem um lugar para realizar a manifestação, pois precisava da autorização da Prefeitura. No entanto, afirmou que promoverá ação como panfletagem no Ceasa e em outros pontos da cidade.

De acordo com o último balanço divulgado, cerca de 147 municípios paulistas farão parte do movimento.   

A Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária) deve divulgar um balanço da manifestação no início da tarde. Na quarta, após a decisão do governo, a entidade disse que manteria o tratoraço pois entendia que ainda haveria aumento de imposto para energia elétrica, leite pasteurizado e hortifrutigranjeiros.  

Procurado nesta quinta, o governo do estado ainda não respondeu quanto ao detalhamento da medida. Em nota, afirmou que “o governador João Doria determinou a suspensão das mudanças no ICMS para alimentos e medicamentos genéricos.”
A gestão João Doria defende que o ajuste fiscal não resultou no aumento de impostos, mas na revisão de benefícios fiscais.

ENTENDA O CASO

A lei aprovada em outubro do ano passado mudou a tributação de produtos considerados isentos e também aqueles com alíquota inferior a 18%. O governo do estado diz que a legislação não aumentou tributos, “somente autorizou a redução de benefícios fiscais”.  

Com a medida passando a valer a partir deste ano, entidades do agronegócio paulista programaram manifestação contra o aumento. Diante do aumento da pressão na virada do ano e com a promessa de ser alvo de manifestações por todo o estado, o governo de São Paulo criou uma força-tarefa com secretários para analisar os pedidos de revisão da redução nos benefícios fiscais.

Além do setor agrícola, entidades que representam supermercados e segmentos da indústria paulista questionaram os efeitos das medidas tributárias no preço final dos produtos. A tendência é de alta no momento em que a inflação ainda está pressionada, há repique nos casos de covid-19 e o fim do auxílio emergencial.

No setor agrícola, a mudança nos benefícios fiscais faz com que produtos isentos passassem a ter alíquota de 4,14%. É o caso de ovos, leite cru ou pasteurizado, flores frescas e mudas de plantas.

Na indústria da saúde, as entidades afirmam que mudança na cobrança do ICMS chegará a 18% em produtos atualmente isentos e que o aumento teria impacto na saúde pública. Produtos como implantes, válvulas, marcapassos e próteses teriam mudança nas alíquotas.A produção de softwares também seria afetada com a elevação de 5% para 7,9% no imposto estadual.

Para a Apas (Associação Paulista de Supermercados), a elevação dos impostos chegaria rapidamente à mesa dos brasileiros, afetando especialmente os preços de hortifrutis.  

Em nota, o governo de São Paulo informou que a suspensão foi feita por causa da prolongamento da pandemia do coronavírus no estado e para não gerar prejuízos à população e aos segmentos econômicos impactados com a medida.

“Na nossa gestão, nada será feito em prejuízo das classes menos favorecidas. A eles devemos servir e atender suas necessidades, com serenidade e humildade”, completa o texto.

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