O número de infectados pela dengue em Campinas saltou de 453 para 908 nas últimas duas semanas, o que representa um aumento de 100,4%. Os dados que indicam que o total de casos mais do que dobrou são da secretaria municipal de Saúde, que já temia uma explosão de infecções no começo do ano – veja abaixo.
A atualização foi divulgada na tarde desta quinta-feira (30) e considera os dados coletados até esta quarta (29). Antes, o último balanço oficial da Prefeitura incluía moradores contaminados até o dia 15. Em 14 dias, portanto, o município teve 455 novas confirmações da doença, conforme a Administração Municipal.
Questionada, a pasta de Saúde ponderou que o aumento é considerado sazonal, mas alegou que o trabalho contra as arboviroses “é ininterrupto e acontece durante todo o ano”. Na última semana, as equipes fizeram um mutirão no Campina Grande, bairro com a maior infestação do mosquito aedes aegypti.
“Importante ressaltar que a atual época do ano é considerada sazonal para a dengue. Ou seja, é o período de aumento de casos. Aliado a isso, o outono segue com as temperaturas altas e grande volume de chuvas, o que propicia o nascimento dos mosquitos transmissores”, disse em nota (leia a íntegra abaixo).
EXPLOSÃO DE CASOS
A situação acontece dois meses depois da Prefeitura de Campinas divulgar um alerta sobre o risco de “explosão” de casos de dengue na cidade. O comunicado foi emitido após uma análise feita na ocasião indicar que 90% das amostras de água coletadas no município continham larvas do mosquito aedes aegypti.
A ADL (Avaliação de Densidade Larvária) é feita com base na vistoria de imóveis para quantificar a infestação de mosquitos em todas as áreas do município. Na época, depois do levantamento, a Saúde relacionou a alta dos criadouros às chuvas frequentes. Dois meses depois, o tempo ainda preocupa.
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SEM NEBULIZAÇÃO
No início deste ano, Campinas ficou uma semana sem nebulizar ruas e terrenos após ficar sem receber lotes do inseticida. Por conta disso, precisou fazer uma compra emergencial do produto em meados de março, segundo o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto. As remessas garantiram a aplicação da substância pelo menos até abril.
“A gente fez uma organização de compra para que dure pelo menos até meados de abril, o suficiente para a chegada dos lotes do ministério. Caso não chegue, a gente tem as ações de campo, de praxe, mas também faremos uma análise de nova compra emergencial”, disse ele na ocasião.
O QUE DIZ O MUNICÍPIO
Em nota enviada ao acidade on Campinas, a pasta de Saúde disse fazer visitas a imóveis e nebulizações em áreas para o controle de criadouros.
“Entre 1º de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2023 131.915 toneladas de resíduos foram recebidas nos ecopontos da cidade. Além disso, foram coletadas 65.879 toneladas de resíduos despejados irregularmente na cidade e 12.996 toneladas de resíduos foram recolhidas em ações cata-treco.
Na manhã de hoje foi lançado o programa “Compromisso PMC contra as Arboviroses”, que pretende orientar e conscientizar os servidores municipais sobre a importância da eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A luta contra as arboviroses exige envolvimento de toda a sociedade e cada cidadão precisa fazer a sua parte, destinando corretamente os resíduos e evitando criadouros. Levantamento do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) aponta que 80% dos criadouros estão dentro de casa.
Importante ressaltar que a atual época do ano é considerada sazonal para a dengue, ou seja, é o período de aumento de casos. Aliado a isso, o outono segue com as temperaturas altas e grande volume de chuvas, o que propicia o nascimento dos mosquitos transmissores”.
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