Um levantamento do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) de Campinas aponta que os aluguéis consomem até 40% das rendas familiares na região.
A pesquisa da entidade foi feita com moradores que ganham cerca de R$ 4 mil por mês e apontou ainda os valores médios cobrados em casas e apartamentos (veja mais abaixo).
O educador social Wellyngton Oliveira conta que se mudou há um ano, quando começou a pagar R$ 1,2 mil no aluguel de uma casa. Mas, como tudo subiu, ele teve que refazer as contas.
“A gente não teve um aumento na questão salarial nossa, mas os aluguéis subiram e os locatários começaram a colocar 30% de aumento. E aí fica difícil, porque você tem outros gastos”, diz.
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PESQUISA NA REGIÃO
A situação dele se encaixa na pesquisa feita pelo Creci-Campinas, feita entre o final de 2021 e o início deste ano com famílias das classes C e D de diversos bairros dos municípios.
O resultado apontado pela entidade indica que as famílias gastam de 30% a 40% da renda mensal na região de Campinas com o aluguel. As porcentagens variam conforme os bairros e as regiões.
Ainda segundo o estudo, os valores médios ficam entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil:
– Apartamentos: R$ 1,2 mil
– Casas: R$ 2 mil
NEGOCIAÇÕES
A diretora comercial de uma imobiliária, Patrícia de Carvalho e Silva, explica que os valores caíram em relação à média antes da pandemia, mas o período atual requer esforço dos corretores.
“Antes da pandemia era um valor determinado sem negociação alguma, mas, depois da pandemia, há uma flexibilidade maior por parte dos proprietários. E agente acaba tentando conscientizar”, explica.
DADOS NACIONAIS
Conforme os dados do IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), os aluguéis residenciais ficaram 0,59% mais caros em maio, depois de terem subido 0,82% em abril.
Em 12 meses, o índice acumulou uma alta de 8,83%, a maior variação da série histórica iniciada em janeiro de 2019.
O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis.
Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.
Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de uma elevação de 1,27% em abril para um recuo de 0,26% em maio.
No Rio de Janeiro, o índice saiu de alta de 0,31% para expansão de 1,31% no período; em Belo Horizonte, de queda de 0,07% para alta de 1,97%; e em Porto Alegre, de aumento de 0,82% para alta de 0,87%.
No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 6,49% em São Paulo; 8,06% em Porto Alegre; 15,96% em Belo Horizonte; e 10,33% no Rio de Janeiro.
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