Um levantamento revelou que o Serviço de Apoio Escolar (SAE), oferecido pelo Ceprocamp (Centro de Educação Profissional de Campinas), prestou 115 atendimentos a alunos nos primeiros seis meses de 2023. Esse serviço tem como objetivo garantir uma educação efetiva para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, cultural e/ou risco social.
De acordo com o balanço, os principais casos atendidos pelo SAE estão relacionados a questões emocionais, como ansiedade e problemas familiares, além de problemas pedagógicos, como faltas e abandono de aulas. Houve um aumento significativo de 260% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou apenas 32 atendimentos no primeiro semestre de 2022.
Segundo a gerente da Área dos Programas de Educação Profissional do Ceprocamp, Andréa Jaconi, o serviço foi estabelecido em 2022 com base nas interações com os alunos da escola, levando em consideração os relatos dos próprios estudantes e dos professores, bem como a necessidade de buscar soluções acolhedoras e alternativas para essas situações.
LEIA TAMBÉM
Nova frente fria chega neste domingo e traz pancadas de chuva; veja previsão completa
Domingo é feriado da Revolução Constitucionalista; entenda a data
CATEGORIAS
Foram estabelecidas 10 diferentes categorias de demandas para análise dos casos atendidos pelo SAE. Nos primeiros seis meses deste ano, as questões emocionais e as pedagógicas são as principais queixas dos alunos ouvidos. Veja o ranking:
– questões emocionais, como ansiedade, humor reprimido, choro, problemas familiares, luto, mal-estar: 25% dos atendimentos
– questões pedagógicas, como faltas, abandono, recuperações, situações de ensino e aprendizagem: 21,5% dos atendimentos
– casos de bullying, relações interpessoais, conflitos escolares, agressões: 13,2% dos atendimentos
– casos de violência doméstica, relacionamento abusivo, violência consumada, assédio:7,6% dos atendimentos
– dependência química ou suspeitas: 6,9% dos atendimentos
– queixas envolvendo problemas de saúde: 6,3% dos atendimentos
– transtornos mentais, esquizofrenia, borderline, bipolaridade, síndrome do pânico ou situações similares: 6,3% dos atendimentos
– busca de informações, orientações específicas, encaminhamentos ou relatórios: 5,6% dos atendimentos
– alunos que são da educação especial e, de alguma forma, são acompanhados pelo SAE: 4,9% dos atendimentos
– ideação suicida, tentativa de suicídio, automutilação ou situações similares: 2,8% dos atendimentos
CRIAÇÃO
O serviço de apoio da Educação Especial, já existente no Ceprocamp, oferecia atendimento especializado a alunos com deficiências e transtorno global no desenvolvimento. No entanto, em alguns casos, os alunos encaminhados para este atendimento também precisavam de uma avaliação em outras áreas.
“Assim, a proposta do SAE representou uma nova possibilidade para a escola e para os alunos, realizando um esforço coletivo com as várias esferas da instituição”, explica Andréa Jaconi.
Responsável pelo serviço, a professora Sandra Mara Fulco afirma que a criação do SAE aconteceu pela busca de uma escola inclusiva e acolhedora, para garantir o acesso, a permanência e o sucesso para todos estudantes.
“Trazemos ao Ceprocamp a concepção polissêmica da escola. Os alunos chegam marcados pela diversidade e pela desigualdade, em virtude da quantidade e da qualidade de suas experiências e relações sociais, prévias e paralelas à escola. Nessa perspectiva, buscar uma escola inclusiva e acolhedora é, antes de mais nada, reconhecer o espaço escolar como um local que abriga, nas singularidades dos alunos, diferentes histórias, visões de mundo, desejos, necessidades, valores, projetos, comportamentos e hábitos próprios”, diz.
Para que o trabalho se desenvolva de forma plena, o Ceprocamp conta com uma equipe pedagógica e um grupo de estagiários de psicologia.
LEIA MAIS
Reforma Tributária: remédios vão ficar mais caros?