Após a extração e poda de pouco mais de 200 árvores na Lagoa do Taquaral, cartão-postal de Campinas, a Prefeitura e o Instituto de Pesquisas Ambientais de São Paulo planejam um plano de revitalização da flora local, por meio de um bosque de árvores nativas na área verde. A informação foi confirmada ao acidade on Campinas com exclusividade.
A extração das árvores acontece depois de um eucalipto de grande porte cair e matar uma menina de 7 anos em janeiro. Isabela Tiburcio Fermino morreu, no dia 24 de janeiro, quando comemorava um aniversário de uma prima no parque. Ela foi atingida pela árvore de grande porte na área de piquenique do local. Além dela, outras duas pessoas ficaram feridas.
Desde então, o parque está fechado. Ontem (27), começaram os trabalhos de extração e poda de 181 árvores condenadas na Lagoa. Segundo a secretaria de Serviços Públicos, a previsão é que a retirada leve cerca de 10 dias. Os cortes começaram após equipes finalizarem a retirada total ou parcial de 55 eucaliptos que ficavam próximos ao local da tragédia.
Imagens registradas pela equipe de reportagem da EPTV Campinas na segunda mostram o cenário na Lagoa, com muitas árvores e galhos cortados pela pista de caminhada, trechos próximos à Concha Acústica e na beirada da água.
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PLANO DE REVITALIZAÇÃO
O plano de revitalização da Lagoa do Taquaral foi confirmado pela diretora técnica da secretaria de Serviços Públicos de Campinas, Marcia Calamari, em meados de fevereiro. Ela afirmou que recebeu sinalização positiva da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de um projeto conjunto para implantar um bosque de espécies nativas em Campinas.
Chamado germoplasma, o bosque tem o objetivo de abrigar várias espécies de árvores nativas que possam, além de proporcionar ar puro, sombra, abrigo da pequena fauna urbana, entre outros benefícios, forneçam sementes para que sejam cultivadas no Viveiro Municipal e para pesquisas.
“Tivemos sinalização positiva da secretaria estadual do Meio Ambiente de um projeto conjunto para implantar um bosque de espécies nativas, que são espécies adequadas do bioma da Mata Atlântica, e vai atrair mais passarinhos, mais fauna. E vão ter espécies que vão servir para trabalho científico, espécies da nossa região”, disse Marcia à EPTV Campinas.
IMPLEMENTAÇÃO
Em nota à reportagem, a Prefeitura de Campinas informou que aguarda o contato do Instituto de Pesquisas Ambientais, ligado ao governo do Estado, para uma vistoria conjunta no fragmento de eucaliptos na Lagoa do Taquaral.
“Depois dessa vistoria é que será definido o destino do fragmento e detalhes de implantação desse bosque de germoplasma”, informou.
Já o Instituto de Pesquisas Ambientais informa que este contato foi realizado com a secretaria de Serviços Públicos de Campinas, em atendimento ao Oficio encaminhado pela Prefeitura para a implementação do bosque de árvores nativas na Lagoa Taquaral. No momento os documentos encaminhados pela Prefeitura estão em análise.
“Após a conclusão, será agendada visita técnica conjunta no local, o que deverá ocorrer ainda na primeira quinzena de março. A partir daí, será consolidada uma proposta de manejo para a área”, explicou o Instituto.
A reportagem do acidade on Campinas questionou o prazo para implementação do bosque de árvores nativas na Lagoa do Taquaral, mas ambos os órgãos não informaram detalhes até a publicação desta matéria.
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