Após mais de um mês, a Lagoa do Taquaral continua com a coloração verde na água, em Campinas. Em 3 de agosto, a situação já havia assustado os visitantes no local. Novos registros, feitos nesta semana, mostram que a atração permanece com o mesmo problema e os animais continuam utilizando o espaço – veja as imagens abaixo.
De acordo com o engenheiro ambiental Hamilton Aguirre, o fenômeno é conhecido como eutrofização e é caracterizado pela multiplicação exagerada de algas. Segundo o especialista, durante o período de estiagem, essa formação pode acontecer com mais facilidade devido à taxa maior de evaporação da água. Além disso, o engenheiro explica que o acúmulo de algas pode causar a morte de peixes.
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“O problema é o seguinte, essas algas, assim como elas se multiplicam rápido, elas têm um ciclo de vida curto. Elas vão roubando oxigênio conforme elas vão morrendo e apodrecendo, e geram compostos tóxicos para os peixes e para a vida aquática. Então, se seguir esse processo, vai haver morte de peixes e da vida aquática local”, comenta Hamilton Aguirre.
Situação parecida
No início do mês de setembro, a lagoa no interior do Bosque dos Jequitibás apresentou a mesma coloração. Visitantes se assustaram com a camada de resíduo espesso sobre a água, que lembrava uma espuma verde. Na ocasião, o ambientalista Alan Jonas Duarte afirmou que o problema também poderia causar um desequilíbrio no ambiente aquático e provocar a degradação da água da lagoa.
“Um fator que pode ter contribuído pra isso é água parada. Ali também há animais selvagens e seus dejetos também potencializam essa floração. Também pode ser que esteja entrando alguma fonte difusa de poluição como esgoto, como águas da chuva que vem com uma carga de poluentes. Pode sim prejudicar o ambiente aquático, causando desiquilíbrio e a degradação desta água. Se algum poluente que não seja natural pode sim causar algum problema para esses animais. Mas existem algumas ações que podem melhorar a qualidade desta água para eliminar a floração com aplicações e tratamentos”, afirmou.
O que diz a Prefeitura?
Em nota, a Prefeitura de Campinas afirmou que o Departamento de Parques e Jardins está ciente e segue monitorando a situação. Além disso, acrescentou que a falta de chuva diminui a água das nascentes que abastecem a Lagoa do Taquaral. Como solução, funcionários percorrem o espaço com barco para oxigenar a água.
“O DPJ explica que a formação dessas algas geralmente acontece por causa da estiagem, todo ano. A falta de chuva diminui as águas das nascentes que abastecem a lagoa. Com isso, a água fica mais parada e falta oxigênio. Como medida para amenizar essa condição, os funcionários do parque percorrem a lagoa com barco para movimentar e oxigenar a água”, disse em nota.
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