O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, publicou em uma rede social, na tarde deste sábado (17), que o assassinato do ganhador da Mega-Sena, Jonas Lucas Alves Dias, foi esclarecido. Ele afirmou que uma pessoa envolvida no crime já está presa. Garcia escrever que mais detalhes devem ser divulgados em breve. A delegada responsável pelo caso, Juliana Ricci, anunciou uma entrevista coletiva para o final da tarde de hoje.
Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, foi encontrado morto com sinais de espancamento às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) no dia 14 de setembro. Ele ganhou R$ 47,1 milhões na loteria em 2020 e a investigação preliminar acredita que o dinheiro tenha sido o motivo do crime. Ao todo, os criminosos conseguiram roubar cerca de R$ 20 mil da vítima. O corpo dele foi enterrado nesta sexta-feira (16).
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De acordo com Ricci, o contato com a gerente da agência bancária para a transferência do dinheiro da vítima aconteceu por meio do aplicativo WhatsApp, e não por ligação. Ainda segundo as investigações, a vítima não chegou a entrar no banco, uma vez que os responsáveis pelo sequestro roubaram seus cartões e fizeram os depósitos bancários.
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil solicitou a quebra de sigilo bancário e telefônico do milionário. “É claro que as transações bancárias são muito importantes para nós. O que eu posso dizer é que nós já pedimos as quebras de sigilo necessárias para que a gente tenha êxito em identificar isso”, afirmou a delegada.
ROTINA DA VÍTIMA
A delegada ainda explicou que a vítima foi sequestrada a cerca de 100 metros de sua residência e que os criminosos conheciam a sua rotina. “Os autores conheciam toda a rotina da vítima. Eles tinham conhecimento dos hábitos da vítima, que saía todas as manhãs, ia até os locais próximos, comprava pão e retornava para a residência. Nós trabalhamos com a hipótese de que tinham, sim, conhecimento da rotina da vítima”, relatou.
Sobre o sequestro, as investigações ainda buscam apurar quantos carros foram utilizados, mas já foi confirmada a participação de um carro na ação. “Ela (a vítima) foi arrebatada por uma pessoa que não estava a pé, e sim por um veículo automotor”, disse Ricci. Ao todo, oito pessoas já prestaram depoimento. O núcleo familiar da vítima é composto apenas por dois irmãos e pouquíssimos amigos, que já foram ouvidos, segundo informou a delegada.
EMPRÉSTIMO NEGADO
A Polícia Civil ainda confirmou que a vítima negou um pedido de empréstimo recentemente, e que a solicitação não havia sido feita por amigos ou familiares. Jonas não era casado e não tinha filhos. “Não era a um amigo próximo ou parente”, finaliza a delegada. O milionário ficou 20 horas com os criminosos antes de ser morto, de acordo com a Polícia Civil.
DEPOIMENTOS
Ainda nesta semana, a delegada responsável pelo caso, Juliana Ricci, disse que ouviu os ex-sócios do milionário. Eles trabalhavam juntos e depois do prêmio formaram uma sociedade. No entanto, Jonas deixou essa empresa em março desse ano. Segundo a polícia, os ex-sócios não são tratados como suspeitos. Amigos da vítima também foram ouvidos, mas para a investigação entender as relações afetivas do milionário.
CONTAS BANCÁRIAS
A polícia também já conseguiu informações das duas contas bancárias que os suspeitos usaram para receber transferências. A que receberia R$ 3 milhões – que acabou não acontecendo – é de uma pessoa jurídica. A outra conta que recebeu a transferência via PIX, de cerca de R$ 20 mil, é de uma pessoa física. A delegada ainda disse tem imagens de câmeras de segurança do momento em que os saques foram feitos presencialmente pela vítima. Ela estava acompanhada. As imagens não foram divulgadas.
PESSOA SIMPLES E HUMILDE
Amigos de Jonas Silva Alves Dias disseram que ele era uma pessoa simples e humilde e não mudou a vida mesmo após ganhar o prêmio milionário. Inclusive, a vítima ajudava pessoas do bairro que morava com o dinheiro que recebeu. “Ele não alterou em nada a vida dele. Continuou morando em Hortolândia, com o mesmo grupo de amigos”, disse a delegada do caso. Juliana Ricci afirmou ainda que trabalha com três linhas de investigação: latrocínio, extorsão seguida de morte ou homicídio.
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