Os custos do diesel e das matérias-primas usadas pelas indústrias da RMC (Região Metropolitana de Campinas) preocupam a maioria dos associados à regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo a pesquisa mensal da entidade, 90% dos participantes do levantamento notaram o aumento de componentes fundamentais para a produção regional. Para a entidade, a alta do diesel é mais um problema.
O primeiro vice-diretor do Ciesp Campinas, Valmir Caldana, prevê impactos em cadeia. “Esses aumentos continuam pressionando. Preocupa o recente aumento no óleo diesel e seus possíveis reflexos nos transportes e fretes”, diz.
A Petrobras anunciou no último dia 17 os reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel. Os novos valores passaram a vigorar no dia seguinte, quando os postos começaram a repassar os novos índices.
Apesar do aspecto negativo dos dados, os resultados coletados pelo Centro indicam aumento na produção e no faturamento neste último mês. Com isso, uma parcela dos entrevistados pretende investir e ampliar a automação.
O Ciesp Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. Essas empresas empregam 98.894 colaboradores.
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PRODUÇÃO E FATURAMENTO
Entre os principais indicadores de desempenho da sondagem, o aumento do volume de produção em junho foi notado por 44% das empresas associadas em relação ao mês anterior. Já o faturamento aumentou para 52% das associadas.
Sobre a produção, 60% das empresas disse que utiliza de 70,1% a 100% da capacidade instalada, o que confirma os dados de produção e faturamento.
Além disso, 72% da indústria da região de Campinas pretende avançar no seu processo de automação. Já 24% das empresas estão satisfeitas com o atual estágio de automação, enquanto 4% respondeu não ter avaliação do processo.
Na esteira desses índices, o nível de empregados permaneceu estável para 64% e o aumento de funcionários foi percebido por 20% das indústrias respondentes.
INVESTIMENTOS
Segundo a pesquisa, 44% das empresas informaram que não farão investimento para a ampliação da capacidade produtiva para os próximos 12 meses.
O uso da energia fotovoltaica é avaliada por 72% das empresas. A modalidade é usada por 8% das empresas, enquanto 4% a usam juntamente com a energia elétrica. Já 16% das respondentes não pretendem utilizar a fotovoltaica.
BALANÇA COMERCIAL
Em maio de 2022, o valor exportado pelas indústrias da RMC foi de US$ 308,2 milhões, total 30,7% maior que em maio de 2021. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,2 bilhão, 23,1% maior do que em maio do ano passado.
Os dados apresentados pelo diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, o saldo em maio de 2022 foi negativo em US$ 910,9 milhões. O montante é 20,7% maior do que o registrado em maio de 2021.
Na soma das exportações e importações, a corrente de comércio exterior regional em maio de 2022 foi de US$ 1,5 bilhão, 24,6% maior do que em 2021. Ainda conforme os resultados, as principais cidades exportadoras foram essas:
– Campinas: 28,9%
– Paulínia: 28,2%
– Sumaré: 11,5%
– Mogi Guaçu: 8,6%
– Amparo: 6,4%
Já a lista com os municípios da RMC que mais importaram é a seguinte:
– Paulínia: 44,9%
– Campinas: 23,1%
– Jaguariúna: 8,1
– Sumaré: 7,6%
– Hortolândia: 6,9%
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