As estâncias e municípios que integram o Circuito das Águas Paulista apresentam uma grande variedade de espécies, tanto na fauna quanto na flora. De acordo com o biólogo especialista em aves, Marcelo Tonini, alguns animais ainda auxiliam o ser humano no controle de pragas em lavouras, plantações e hortas.
“O homem tem uma relação muito complexa com os animais. Hoje em dia, tentamos passar para as pessoas da cidade a importância da convivência com esses animais”, relata.
Marcelo Tonini salienta que diversas espécies de aves, répteis e insetos atuam em conjunto com o bem-estar do ser humano, e podem se tornar grandes aliadas em uma convivência saudável.
“Nós temos várias espécies que interagem com o ser humano e nos ajudam muito”, completa o biólogo.
De acordo com Tonini, aves de pequeno porte, como as andorinhas e os beija-flores, ajudam no controle de pragas como as mariposas e pernilongos. “Quando você tem uma casa com ninhos de andorinhas, vão existir pouquíssimos pernilongos”, explica o especialista. Os beija-flores também são responsáveis pela polinização de vários frutos consumidos pelo homem.
Seguindo no universo das aves, o sabiá é capaz de plantar até 5 mil árvores através do processo de dispersar sementes e o bem-te-vi é responsável por nos livrar de baratas e pequenos roedores, animais que fazem parte de sua alimentação.
Enfrentando o medo
Marcelo Tonini ainda afirma que existem várias espécies temidas pelo homem e que nos ajudam em silêncio. Na lista, estão insetos, répteis e até um mamífero indesejável em todos os lares. “Muitas espécies de animais que nós, seres humanos, temos medo, em alguns casos, são extremamente importantes para a população”, relata.
As libélulas são predadoras vorazes de pernilongos e moscas, pragas comuns em todas as residências. “Em casas com lagoas e libélulas perto, a incidência dessas pragas é bem menor”, comenta o biólogo.
Ele lembra que o morcego é capaz de assustar algumas pessoas, mas trabalha como dispersor de sementes e predador de gafanhotos e mariposas, auxiliando no bem estar das plantações.
As cobras costumam ter uma opinião quase unânime de repulsa. Mesmo as que não apresentam perigo, são caçadas pela população. Na região do Circuito das Águas, existe uma espécie chamada papa-lesmas, ela não possui peçonha e sua função é essencial. “Essa cobra controla o caramujo e a lesma. O homem tem medo da cobra e acaba matando-a, assim o caramujo e a lesma infestam a lavoura, a horta, o quintal, as plantas”, reforça Tonini.
Vespas e marimbondos também costumam atacar as lagartas que se alimentam e destroem plantações e hortas.
“O homem precisa aprender, conhecer e conviver com essas espécies. Tendo uma convivência igual e dando respeito aos animais e espaço para que possam desenvolver seu trabalho e nos ajudar no controle de pragas. O homem precisa conhecer para conservar”, finaliza o biólogo.
