O avião que caiu em Vinhedo e matou 61 pessoas, na tarde desta sexta-feira (9), passou por uma área com possibilidade de formação de gelo. De acordo com o Climatempo, no momento em que a aeronave estava fazendo a mudança de direção para efetuar a aproximação ao aeroporto de Guarulhos, em torno de 5.600 metros de altitude, havia um forte vento de cauda, que sopra na direção geral do voo e aumenta a velocidade do avião em relação ao solo, associada à frente fria que atinge o estado de São Paulo neste final de semana.
O serviço de meteorologia indica que havia possibilidade de 35% de formação de gelo nessa altitude. Também havia condições altas para formação abaixo de 3.900 metros.
“Estimativas de modelos meteorológicos indicam temperaturas entre -9° a -11° C na altura correspondente a 500hPa (cerca de 5.600 metros de altitude) na região de Vinhedo por volta das 13h”, explica.
No momento da queda da aeronave, às 13h22, o radar de Bauru não indicava chuva significativa na região de Vinhedo, ainda segundo o Climatempo. Porém, havia áreas de instabilidades se deslocando pelo Centro-Leste do estado, nas proximidades do acidente. De forma geral, havia registro de chuva fraca a moderada intensidade no momento do acidente.
Formação de gelo causou a queda do avião?
O Climatempo destaca que não pode afirmar as causas do acidente da aeronave e nem relacionar com as condições meteorológicas do local. O motivo da queda do avião em Vinhedo deve ser explicado pelo relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos), que investiga as causas do acidente.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (9), ao ser questionado sobre a possibilidade de formação de gelo nas asas do avião, o coronel Baldin, chefe da divisão de Investigação do Cenipa, afirmou que a aeronave é certificada para voar nessas condições. O modelo do avião turboélice da companhia aérea Voepass é ATR-72, com capacidade para 68 passageiros.
Ainda de acordo com o investigador, a aeronave conta com um sistema de proteção para que seja evitada a formação de gelo na superfície, mas, caso haja essa formação, ela tem dispositivos para eliminá-la. No Brasil, ela é certificada para voar em condições severas de gelo.
Aeronave não comunicou emergência
O chefe do Cenipa, o brigadeiro do ar Marcelo Moreno, afirmou, também durante a coletiva, que a aeronave da Voepass não reportou nenhuma emergência antes do acidente. Em entrevista coletiva, o militar confirmou que as duas ‘caixas pretas’ do avião foram encontradas e serão enviadas a Brasília para extração de dados em perícia.
“É tudo prematuro, mas o que temos até agora é que não houve, por aparte da aeronave, comunicação com órgãos de controle de que haveria alguma emergência”, disse o porta-voz do órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira).
O militar afirmou que o Estado brasileiro está empenhado em realizar a investigação que poderá apontar as causas do acidente para que fins de prevenção de novos eventos trágicos.
Tragédia aérea
Dentro da aeronave que caiu em Vinhedo estavam 61 pessoas, sendo 57 passageiros e quatro tripulantes. É o acidente aéreo com o maior número de vítimas em solo brasileiro desde 17 de julho de 2007, quando uma tragédia com aeronave da TAM deixou 199 mortos.
Inicialmente, a informação era a de que havia 58 passageiros e quatro tripulantes. No fim da tarde, a companhia Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo) emitiu um comunicado com a informação precisa.
O avião saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Não há sobreviventes.
A queda se deu próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324). Nenhuma residência foi atingida.
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