O bebê diagnosticado com o fungo Candida auris no Caism (Hospital da Mulher da Unicamp), em Campinas, apresenta “evolução clínica condizente com sua prematuridade e baixo peso ao nascer”. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (12) pela unidade, que segue com medidas específicas e alega que o paciente é mantido sob cuidados de “boa prática, segurança e humanização”.
O caso é o primeiro da cidade e do estado de São Paulo e foi divulgado na última semana depois do diagnóstico em 18 de maio. O Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas ainda espera análises para identificar se a cepa do “superfungo” é resistente a medicamentos. Até o momento, de acordo com o órgão e o Caism, não há mais casos confirmados ou suspeitos da doença.
“Tendo sido realizada uma ampla investigação entre outros pacientes do hospital, nenhuma outra pessoa foi diagnosticada com o referido agente patológico até o presente momento. Novos rastreamentos estão sendo conduzidos com vistas a confirmar esse achado”, justificou a unidade de saúde, que informou que os resultados estão disponíveis a partir da próxima semana.
O QUE É O ‘SUPERFUNGO’?
O fungo Candida auris é um microrganismo capaz de resistir aos principais medicamentos antifúngicos. As infecções muitas vezes possuem alta morbidade e mortalidade associadas. O fungo foi relatado pela primeira vez no Japão em 2009. O primeiro caso no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente de 59 anos, internado na UTI de um hospital de Salvador, na Bahia.
Questionada sobre o que se sabe até o momento sobre o bebê infectado, a médica infectologista do Devisa, Valéria Almeida, explica que não é possível confirmar que a cepa identificada em Campinas seja do tipo mais resistente. “A gente está em monitoramento junto ao hospital. O bebê está bem e, pra gente saber qual cepa é, ainda vamos submeter a um sequenciamento genético”, diz.
HOSPITAL FUNCIONANDO
O hospital segue aberto e as medidas de precaução de contato divulgadas anteriormente seguem em vigor. Entre elas, o reforço na limpeza do espaço, o uso de materiais exclusivos para o tratamento do infectado e o impedimento de que os mesmos profissionais atendessem outros bebês. Confira a lista abaixo:
- Limpeza e desinfecção do local de internação e dos equipamentos médico-hospitalares com produto à base de peróxido de hidrogênio
- Reforço da orientação das equipes assistenciais quanto às técnicas adequadas de
higienização das mãos e de paramentação (uso de luvas, toucas, aventais, etc.) - Realização de limpeza concorrente do local de internação no mínimo a cada 3 horas. Ao contrário da limpeza terminal, que ocorre após a alta do paciente ou a sua transferência para outra área, a limpeza concorrente é realizada durante a permanência do paciente no ambiente de cuidados de saúde
- Designação de artigos e produtos para saúde exclusivos para o paciente durante o período de internação
- Redução do número de visitas ao caso fonte. Seus visitantes têm recebido reforço das orientações sobre higiene das mãos, uso de avental e luvas. As coletas de leite deverão ocorrer na mesma sala onde o neonato estiver internado, com a supervisão e orientação da equipe de enfermagem. A movimentação dos pais dentro do hospital deve ser a mínima e indispensável.