O bebê de oito meses que morreu em Campinas após sofrer traumatismo craniano foi sepultado às 13h30 desta quarta-feira (6) no Cemitério dos Amarais. O padrasto da criança foi preso pela Polícia Civil depois que confessou ter deixado a vítima cair. A Justiça decide hoje se a prisão será mantida. Já a mãe foi solta, mas é investigada por maus-tratos (leia abaixo).
O caso aconteceu entre segunda (4) e terça (5), período no qual o homem disse ter deixado o bebê cair da cama, mas assumiu ter escondido o fato da companheira antes de perceber que a criança havia morrido. Os dois acionaram o Corpo de Bombeiros, que socorreu e encaminhou a vítima ao Hospital Municipal Ouro Verde, onde os sinais de violência foram percebidos.
Prisão e apuração
A PM (Polícia Militar) foi acionada e levou o padrasto e a mãe até a 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). De acordo com o delegado da DDM, Mateus Rocha, inicialmente os dois negaram qualquer tipo de violência. Porém, depois do laudo pericial, o suspeito confessou o envolvimento na causa da morte.
“O padrasto acabou confessando que durante a noite ele deixou a criança cair da cama, bateu a cabeça e, por medo da repercussão, omitiu esse fato até da companheira. No meio da madrugada ele foi novamente verificar a criança e viu que não estava respirando. Aí ele teve que comunicar a esposa”, diz o delegado.
O padrasto foi encaminhado para a cadeia pública e será apresentado em audiência de custódia na tarde desta quarta. Já a mãe do bebê prestou depoimento e foi liberada, mas será investigada por suspeitas de maus-tratos.
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Maus-tratos
À polícia, a mãe explicou que saiu para trabalhar, e ao chegar, o companheiro já estava deitado e a criança parecia estar dormindo. “Ela foi conferir, verificar como estava a criança e ele pediu para não mexer na criança. Ela deu uma olhada por cima, jantou e foi dormir. Por volta das 5h, ela foi surpreendida por ele dizendo que o filho não estava respirando mais”, acrescenta ainda Rocha.
Ainda de acordo com o delegado, além de constatar o traumatismo craniano, o laudo do IML (Instituto Médico Legal) também apontou diversas lesões no corpo do bebê, como mordidas e hematomas. “Foi constatado que não foi a primeira vez que ele sofria maus-tratos. Eram recorrentes e, na verdade, esse foi apenas o último ato que acabou culminando na morte dele”, relata o delegado.
A mãe também teria dito que percebeu os sinais dias atrás e, ao confrontar o namorado, ele teria desconversado. Com isso, o caso é investigado como maus-tratos seguidos de morte. “Embora haja informações de que ela também estaria praticando maus-tratos, no caso em que culminou com a morte da criança, ela a princípio não tem nenhum envolvimento”, finaliza o delegado da DDM.
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