A Prefeitura de Campinas informou nesta quinta-feira (3) que vai extrair mais 23 árvores do Bosque dos Jequitibás, além das 75 que já foram removidas anteriormente. O processo de manejo das árvores do Bosque dos Jequitibás teve início no dia 20 de julho. A reabertura do parque estava prevista para ocorrer nesta semana, porém, devido às novas extrações, a data precisou ser adiada novamente.
A nova decisão foi informada após uma reunião na manhã de hoje. Segundo a Prefeitura, a extração vai acontecer porque essas árvores têm o risco de queda porque apresentam podridão, inclinação, lesão, entre outros fatores. Ainda segundo a secretaria de Serviços Públicos, a nova remoção começa nesta sexta-feira, (4), com previsão de ser finalizada em até uma semana.
Só após essa retirada o parque poderá ser reaberto ao público. Apesar da expectativa, não há uma data específica para a retomada das atividades no local.
Fechado desde 24 de janeiro, o Bosque, que também possui um zoológico com animais silvestres, é umas das principais áreas de lazer da cidade e quando aberto recebe mais de 100 mil visitantes por mês.
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Retirada de árvores
Campinas iniciou no dia 20 de julho a remoção de 75 árvores do Bosque dos Jequitibás. O manejo aconteceu após quase seis meses do fechamento do parque, após aval do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), ligado ao governo do Estado de São Paulo. As árvores extraídas corriam risco de causarem acidentes.
Das 108 árvores avaliadas com risco pelos técnicos do Departamento de Parques e Jardins, foi definido, inicialmente, pela remoção das 75, em comum acordo com a Comissão de Arborização da Câmara dos Vereadores. As outras 33 passariam por reavaliação.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que, após analisar a situação de cada uma novamente, seria necessário retirar mais 23 árvores. Já as outras 10 poderão ser mantidas, ‘sob observação’. A medida foi informada à Comissão da Câmara durante reunião, na manhã desta quinta-feira.
“É necessário suprimir mais estas 23 árvores, que, conforme avaliação e laudo técnico, têm risco de queda porque apresentam podridão, inclinação, lesão, entre outros fatores. O Bosque dos Jequitibás recebe um grande número de visitantes, são mais de 100 mil por mês, incluindo crianças. Se acontecer algum acidente, a responsabilidade é da Prefeitura. Precisamos reabrir o parque em segurança e, por isso, estas árvores precisam ser removidas”, destacou o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella.
Plantio
Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, a Prefeitura vai plantar 25 árvores para cada uma que foi extraída, conforme prevê a legislação “Parte delas será no Bosque e o restante em praças da mesma bacia hidrográfica, ou seja, do Ribeirão Anhumas”, disse.
O fechamento
O Bosque permanece fechado desde o dia 24 de janeiro, após um acidente que matou uma criança de 7 anos devido à queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral. Na época, a Prefeitura, atendendo a uma solicitação do Ministério Público, decidiu fechar todos os parques e áreas verdes da cidade para que fosse realizada uma avaliação das árvores.
Antes da tragédia, no entanto, uma árvore de grande porte do Bosque caiu em dezembro de 2022 em cima de um carro que passava pela Rua General Marcondes Salgado, matando um homem de 36 anos. O veículo em que a vítima estava foi atingido por uma figueira de 35 metros de altura durante uma forte tempestade que atingia a cidade.
Segundo o diretor do DPJ (Departamento de Parques e Jardins) de Campinas, Luiz Cláudio Mollo, a demora para iniciar a retirada das árvores se deu por causa dos trabalhos de análise dos laudos, espera por aprovações dos órgãos responsáveis e dos impasses envolvendo o número de árvores a serem removidas do local.
Na Lagoa do Taquaral, a reabertura aconteceu no dia 25 de março. Ao todo, foram retirados mais de 500 eucaliptos da Lagoa e outras 181 árvores, de espécies diversas. No último final de semana, a Prefeitura reabriu a pista interna que ainda seguia interditada, próximo à área onde ficavam os eucaliptos (leia mais aqui).
O Bosque
O bosque é conhecido por funcionar como um zoológico em Campinas, abrigando diversas espécies de animais e é uma das mais antigas áreas verdes de lazer de Campinas, sendo que foi criado em 1884 por Francisco Bueno de Miranda que manteve grande parte da vegetação existente. Adquirido pelo município em 1915, o local possui mais de 100 mil metros quadrados e cerca de 200 animais entre mamíferos, aves e répteis.
Também tem um complexo de museus, Museu de História Natural, Casa dos Animais Interessantes e Aquário Municipal; o Teatro infantil Carlito Maia; entre outros espaços como parquinho e lanchonetes.
Uma vez por mês, promove o Bosque Interativo, que permite que os visitantes interajam com alguns animais silvestres, sob supervisão de veterinários e biólogos. Além desta atividade, recebe crianças de escolas e instituições em atividades de educação ambiental.
O Bosque também desenvolve um importante trabalho no apoio à Polícia Ambiental e aos Bombeiros. Acolhe e trata de alguns animais resgatados, que depois são devolvidos à vida livre na natureza. Se o animal não tiver condições de viver livremente, é abrigado em recintos no parque.
O Bosque dos Jequitibás fica na Rua Cel. Quirino, 2, Bosque.
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