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CotidianoBosque: obras podem ter causado queda de figueira que matou homem em Campinas, diz Comdema

Bosque: obras podem ter causado queda de figueira que matou homem em Campinas, diz Comdema

Intervenções no alambrado e na calçada podem ter influenciado no acidente; Laudo sobre eucalipto que matou menina no Taquaral também foi apresentado

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Um laudo apresentado por técnicos do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) na Câmara de Campinas, nesta segunda-feira (3), aponta que a queda da figueira branca do Bosque dos Jequitibás que matou um motorista no final de 2022 pode ter sido causada por obras no alambrado e na calçada. Os dados contrariam os resultados divulgados pela Prefeitura – veja abaixo.

Conforme as informações divulgadas na reunião da CEE (Comissão Especial de Estudos) de Arborização Urbana, a árvore gigante que caiu sobre o carro do técnico em eletrônica, Guilherme da Silva, de 36 anos, teve a raiz cortada para a construção da calçada e a instalação do alambrado. O estudo usa imagens do Google Street View de junho de 2022 para comprovar as intervenções.

“Destaca-se que o alicerçamento do alambrado com alvenaria, bem como a reforma do calçamento do passeio implicaram em corte de raízes do exemplar, que aparecem na imagem do ano de 2022, cauterizadas/extirpadas com a imposição de limitação/barreira à regeneração de raízes, imposta pela alvenaria superficial e subterrânea da estrutura do alambrado”, diz um trecho do laudo.

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Ainda conforme o texto, o “passeio é bem plano e regular, denotando a remoção de raízes de sustentação, que deveriam compor o ancoramento”.  As fotos são acompanhadas de marcações vermelhas para demonstrar que o “asfaltamento da via também apresenta regularidade e boas condições”, sugerindo que “pode ter ocorrido a remoção de raízes para a planificação e retificação do pavimento”.

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“Embora alegado que foi solo encharcado que causou a sua debilidade e o seu tombamento, nós constatamos através de estudo técnico, confirmado por estudo de carga pela equipe da Unicamp, que a causa principal foi a ausência de raízes em um lado dela e o corte perpendicular de raízes com o barramento da estrutura de alambrado que impediu a regeneração das raízes dela”, explica o engenheiro florestar, José Hamilton de Aguirre.

E O LAUDO DA PREFEITURA?

As análises feitas pelo IB (Instituto Biológico), ligado ao governo de São Paulo, e pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas) comprovaram que figueira branca de 35 metros de altura e com estimativa de ter 100 anos, estava saudável e que a queda teria ocorrido por fatores climáticos devido às chuvas frequentes.

O laudo do IB, por exemplo, se baseia em uma análise visual e afirma que a árvore não teve danos causados por insetos que pudessem levar ao acidente. O documento também sugere que a ruptura na raiz foi causada por vibrações do trânsito constante, drenagem do solo, além do excesso de chuva e ventos.

EUCALIPTO NO TAQUARAL

Na reunião da Câmara de Vereadores também foi apresentado pelos especialistas do Comdema o laudo sobre a queda do eucalipto na Lagoa do Taquaral em janeiro deste ano. A árvore atingiu e matou Isabela Tibúrcio Fermino, de 7 anos, além de ferir a jovem Gabriela de Araújo Rodrigues, de 24.

Segundo o documento, a árvore caiu por conta de podas irregulares e falta de monitoramento, panoramas que, somados, provocaram o tombamento dela.

Eucalipto caiu e matou uma criança de 7 anos na Lagoa do Taquaral (Foto: Denny Cesare/Código19)

“O solo encharcado, na verdade, é um motivo para queda de árvores só em lugares com encosta, como a gente viu no litoral quando chove e escorre o barranco e as árvores caem junto com o solo. Em local plano, não existe queda de árvore por solo encharcado. A queda desta árvore foi por falta de estrutura de raiz”, explica o engenheiro florestal, Rodolpho Amaral Schmidt.

“Desde 2015, haviam fortes indícios de que aquele eucalipto estava morrendo. Então, ela perdeu copa e, consequentemente, quando ela perde a copa, ela perde raiz para se equilibrar. Se elas tivessem sido cortadas em 2015, com certeza não teria acontecido esse acidente”, completa Schmidt.

EXPLICAÇÃO DA PREFEITURA

Os laudos divulgados pela Prefeitura de Campinas mostram que o solo encharcado também causou o acidente. A explicação consta em um documento do início de fevereiro feito pelo Instituto Biológico e aponta, entre os motivos, a baixa drenagem do solo, e eventos climáticos, como excesso de chuva e ventos.

Um laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do estado de São Paulo informa que a análise, feita de forma visual e sem equipamentos específicos, indicou que o grande porte e o peso do eucalipto, somados aos ventos dos temporais de janeiro, estão entre as causas possíveis para a queda da árvore.

O texto destaca que a avaliação foi feita de forma emergencial e não excluiu a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o acidente no futuro.

CORTES DE ÁRVORES

O Comdema também está finalizando o laudo técnico sobre o corte de árvores no Bosque dos Jequitibás. A Prefeitura diz que 108 árvores precisam ser retiradas do parque, mas o conselho já adiantou que esse número é inferior. Por esse motivo, está concluindo e deve divulgar em breve um estudo detalhado.

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