O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), afirmou que a entrega do BRT (Bus Rapid Transit, transporte rápido por ônibus em português) vai sofrer um novo atraso e agora a entrega ficou prometida, de forma 100%, somente para 2022.
Em fevereiro, o secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos José Barreiro, deu até o meio deste ano como prazo para a conclusão do sistema (leia mais aqui).
Segundo o prefeito, a maior parte das obras deve ficar pronta ainda este ano, mas poucas coisas serão finalizadas apenas no começo do próximo ano.
“O processo de licitação está em andamento e uma parte pequena das obras ficará pronta no começo de 2022”, disse.
ENTREGOU, MAS NÃO ENTREGOU
As primeiras intervenções do BRT em Campinas começaram no final de 2017. A previsão inicial era que tudo estaria pronto no início de 2020, mas desde então, a finalização da obra vem sofrendo sucessivos adiamentos.
No final do ano passado, o então prefeito Jonas Donizette (PSB) fez um anúncio para entregar o que ele chamou de “obra 100% operacional”, apesar de diversos trechos ainda estarem inacabados.
A Prefeitura afirmou que os corredores estão 100% operacionais para o sistema de transporte convencional desde dezembro e diz que 96% de corredores estão pavimentados.
Apesar da Administração garantir a funcionalidade dos corredores, a reportagem do ACidade ON constatou que isso não ocorre em todos os trechos como foi afirmado. Por exemplo, a obra na Rua Piracicaba ainda segue inacabada (leia aqui).
O BRT
Quando estiver em operação total, os ônibus circularão em faixas exclusivas, separadas do trânsito comum, feitas em pavimento de concreto. Os usuários farão embarque e desembarque pelo lado esquerdo, com acessibilidade, no nível dos ônibus. Os veículos serão articulados, com ar-condicionado. A tarifa será paga antes de embarcar.
As linhas convencionais (alimentadoras) funcionarão integradas às do BRT. São três corredores: Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral, totalizando 37 estações, 6 terminais e 18 pontes/viadutos.
O Corredor Campo Grande começa no Terminal Mercado, passa próximo ao Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo, depois segue pelo leito desativado do antigo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e segue pela Avenida John Boyd Dunlop a partir do Jardim Aurélia. Ele vai até o Terminal Itajaí, totalizando 17,9 km.
O Corredor Ouro Verde parte do Terminal Central e percorre as avenidas João Jorge, Amoreiras, Piracicaba, Ruy Rodriguez e Camucim até o Terminal Vida Nova, totalizando 14,6 km.
O Corredor Perimetral liga os corredores Campo Grande e Ouro Verde. Os 4,1 km do Perimetral passam pelo leito do VLT, entre Vila Aurocan e Campos Elíseos.
Ao todo são três corredores, totalizando 36,6 quilômetros, 18 pontes e viadutos, 36 estações e sete terminais. Com custo total de R$ 451,5 milhões, a obra beneficiará, diretamente, 450 mil pessoas.