Câmeras de monitoramento instaladas na Mata de Santa Genebra, em Campinas, registraram um casal de cachorros-do-mato caminhando pela área de conservação na semana passada. De acordo com Thomaz Barrella, biólogo da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), os cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) vivem no interior da Mata de Santa Genebra e formam casais monogâmicos.
Cada ninhada pode ter de três a seis filhotes. Apesar de a espécie não ser considerada ameaçada de extinção, enfrenta sérios riscos devido à perda de habitat e ao contato com cães domésticos, que transmitem doenças para as quais os cachorros-do-mato não têm resistência.
Registros raros de onças-pardas na Mata Santa Genebra
As câmeras de monitoramento também capturaram imagens raras de onças-pardas (Puma concolor) circulando pela mata durante o dia. As onças-pardas são animais noturnos e crepusculares, e sua presença durante o dia é um evento incomum.
Barrella explica que, no início de 2024, as câmeras de monitoramento flagraram duas fêmeas adultas de onça-parda na Mata de Santa Genebra, uma delas acompanhada de dois filhotes. As imagens revelaram também que uma das fêmeas estava prenha. “A presença de duas fêmeas adultas na mesma área é intrigante, pois normalmente a fêmea residente não permite outra fêmea adulta em seu território. Contudo, acreditamos que isso possa indicar uma passagem de território“, comenta Barrella.
Monitoramento da fauna na Mata de Santa Genebra
O monitoramento de fauna na Mata de Santa Genebra tem sido realizado pela FJPO desde 2014 com o objetivo de acompanhar a saúde e a diversidade das espécies locais. Com 11 armadilhas fotográficas estrategicamente posicionadas, a equipe consegue registrar a presença de animais tanto durante o dia quanto à noite, utilizando tecnologia de visão noturna por infravermelho.
“Esse monitoramento é fundamental para entender os padrões de movimentação dos animais, como a alimentação, os locais de abrigo e as interações entre as espécies”, explica Barrella. Além das onças-pardas e cachorros-do-mato, as câmeras também registraram a presença de outras espécies, como jaguatirica, gato-do-mato-do-sul, capivara, lontra e até espécies raras como o Falcão-relógio e o inhambu-chintã.
Segundo o especialista, o monitoramento também registrou a presença de cães e gatos domésticos, além de animais de criação como porcos e bois, que impactam negativamente o equilíbrio ecológico da floresta. Esses animais podem causar predação, consumir plantas nativas e transmitir doenças para a fauna local.
Sobre o cachorro-do-mato
O cachorro-do-mato é uma espécie de canídeo endêmica da América do Sul, encontrada em diversas regiões, exceto na maior parte da Amazônia. Esse animal, que pode pesar de 4,5 a 7 kg, tem um papel importante no ecossistema, sendo onívoro e consumindo uma dieta variada que inclui pequenos animais, frutas e raízes. Porém, como mencionamos, a perda de habitat e o contato com cães domésticos representam uma grande ameaça à sua sobrevivência.
Sobre a onça-parda
As onças-pardas são grandes felinos que habitam uma vasta área da América, desde o sul do Canadá até a Argentina. No Brasil, são consideradas vulneráveis e enfrentam ameaças como a perda de habitat, a caça ilegal e os atropelamentos. Essas onças são animais solitários, com uma pelagem castanha e hábitos noturnos, sendo fundamental a conservação de seu habitat para garantir sua sobrevivência a longo prazo.
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