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CotidianoCampinas avalia usar mosquitos com bactéria para combater vírus da dengue

Campinas avalia usar mosquitos com bactéria para combater vírus da dengue

Prefeitura recebeu delegação do Ministério da Saúde e integrantes de órgãos estaduais, nesta terça-feira (26), para discutir estratégias no enfrentamento à epidemia

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A Prefeitura de Campinas está considerando o uso de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia como parte de sua estratégia de combate à epidemia de dengue na cidade. Essa decisão foi tomada após uma reunião realizada nesta terça-feira (26), que contou com a presença do prefeito Dário Saadi (Republicanos), representantes da secretaria de Saúde, uma comitiva do Ministério da Saúde e integrantes de órgãos do Estado. 

O objetivo do encontro foi discutir experiências e estratégias para enfrentar a epidemia de dengue, com foco na prevenção e na assistência aos pacientes. Também foi debatido o uso de novas tecnologias já aplicadas em outras cidades brasileiras pelo governo federal. 

Campinas decretou emergência pública em saúde devido à dengue em 7 de março. Desde o início do ano, a cidade já registrou 29.121 casos e quatro mortes, com projeções indicando que o pico da epidemia deve ocorrer em abril. 

Mosquitos com bactéria para combater vírus da dengue  

No contexto das novas tecnologias aplicadas em outras cidades, o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) irá avaliar a possibilidade de usar mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia. Segundo a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, a comitiva do Ministério da Saúde trouxe tecnologias alternativas e que devem ser utilizadas.  

“Eles [comitiva do Ministério] trouxeram novas tecnologias para combate ao vetor Aedes aegypti, que nos deixou bastante contentes, porque há muitos anos não existem novas tecnologias de combate ao vetor”, avaliou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben. 

A bactéria Wolbachia é uma tecnologia que impede a multiplicação do vírus da dengue no mosquito, e a Prefeitura de Campinas pretende solicitar autorização para utilizar essa estratégia.  

“Já discutimos a possibilidade da bactéria Wolbachia venha para Campinas. Vamos fazer uma solicitação. Então, a troca de experiências foi interessante e muito produtiva”, analisou.  

A secretaria verificará os requisitos exigidos pelo Ministério da Saúde e enviará um ofício para realizar a solicitação. Se houver possibilidade, o município poderá receber uma nova visita da comitiva do governo federal para implementar a medida. 

O que é o método Wolbachia?  

Segundo o Ministério da Saúde, a Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.  

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Quando presente no mosquito, a bactéria impede que vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.  

O Método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos com bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes insetos, todos com Wolbachia. No Brasil, diz o governo federal, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.  

Visita do Ministério da Saúde  

O encontro contou com participações do secretário de Saúde, Lair Zambon, do presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Sérgio Bisogni, três consultoras técnicas da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses, além de representantes da DRS-VII (Diretoria Regional de Saúde), do Instituto Adolfo Lutz, além do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado).  

“É muito importante trocar experiências e falar o que Campinas está fazendo em relação ao enfrentamento à dengue e unir esforços com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado da Saúde para enfrentar essa epidemia que nós estamos tendo na cidade de Campinas e em muitas outras cidades do país. Somando forças a gente vai ter sucesso no enfrentamento à dengue”, destacou o prefeito Dário Saadi.  


A comitiva do Ministério da Saúde e integrantes de órgãos de Estado visitam entre a tarde desta terça (26) e quarta-feira (27), três centros de saúde, uma UPA e um hospital para ver como está organizada a rede de assistência aos pacientes com dengue em Campinas.  

Preocupação  

Campinas registra pela primeira vez na história a circulação simultânea de três sorotipos da dengue: DEN 1, DEN 2 e DEN 3. Desde o início de outubro ela tem apresentado condições climáticas consideradas ideais para desenvolvimento e proliferação do Aedes. A Saúde também observou aumento de casos confirmados de dengue nas últimas semanas, quatro mortes pela doença, e projeções indicam a possibilidade de Campinas alcançar o pico da epidemia no mês de abril.  

O que devo fazer se tiver sintomas de dengue? 

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.   

Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.  

Mais informações podem ser encontradas aqui

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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