A Prefeitura de Campinas lança nesta segunda-feira (3) o edital de licitação para as obras do Corredor Ouro Verde do BRT (ônibus de trânsito rápido, na sigla em inglês). O processo é aberto oito meses após o município romper o contrato com o antigo consórcio, que também foi multado por não realizar 11% do lote 4. As propostas serão enviadas ao longo deste mês e serão conhecidas no dia 27.
Orçada em R$ 50 milhões, a etapa deve ser entregue 12 meses após a relicitação e inclui a construção dos trechos 2 e 3 do Corredor Ouro Verde. O pacote de execuções envolvem três estações, os terminais Ouro Verde e Vida nova, o CCO (Centro de Controle Operacional), além de alguns pequenos trechos viários.
O lote 4 abrange as Avenidas João Jorge, Amoreiras, Piracicaba, Ruy Rodriguez e Camucim até o Vida Nova, com 14,6 quilômetros. Os maiores problemas para as obras, porém, são os trechos viários perto do Terminal Ouro Verde, a região do Vida Nova, e a ponte sobre o Rio Capivari, perto do Jardim Morumbi.
A relicitação é mais um capítulo dos atrasos do BRT, principal projeto do transporte público de Campinas. A entrega estava prevista para 2020 e foi adiada por diversas vezes nos últimos anos. Na previsão mais recente, os corredores seriam concluídos no final deste ano, mas isso pode não ocorrer novamente.
QUANTO FOI ENTREGUE?
Questionado em julho de 2022 sobre o panorama e o andamento das obras por toda a cidade, o secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, justificou à EPTV Campinas que o projeto total estaria 96% concluído até então.
Na ocasião, além de informar que a entrega do BRT não aconteceria até o primeiro semestre devido a problemas no Corredor Ouro Verde, o secretário também indicou que haveria necessidade de uma nova licitação para o sistema.
“Pela complexidade, o projeto foi impactado pela pandemia. Em especial, no trecho do Corredor Ouro Verde, no lote 4. A empresa foi penalizada, porque não cumpriu . Vamos relicitar o trecho, que corresponde a 11%, disse ele na época.
O BRT
A construção dos corredores começou em 2017. O investimento é de R$ 450 milhões e a previsão era de entrega em três anos. O sistema foi proposto para beneficiar 450 mil pessoas com 36,6 km de vias, 36 estações, sete terminais e 18 pontes e viadutos, incluindo o primeiro viaduto estaiado de Campinas.
Quando estiver em operação, a circulação será em faixas exclusivas, separadas do trânsito, feitas em pavimento de concreto. Os usuários farão embarque e desembarque pela esquerda, com acessibilidade no nível dos ônibus. Os veículos serão articulados, com ar-condicionado e a tarifa será paga antes de embarcar.
