Sem novidades desde o “sinal verde” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em janeiro deste ano, Campinas tenta custear as obras antienchentes nas regiões das avenidas Orosimbo Maia e Princesa d’Oeste através do Ministério das Cidades. Para isso, pediu uma verba de R$ 452 milhões durante uma reunião em Brasília nesta quarta-feira (19). As duas áreas da cidade são consideradas de alto risco para inundações – veja mais abaixo.
De acordo com a Prefeitura, o recurso do Governo Federal é pleiteado por meio do Selesan (Sistema de recebimento de propostas para empreendimentos do saneamento básico do setor público) e a solicitação foi apresentada enquanto o município não recebe confirmações do BNDES e da CAF (Corporação Andina de Fomento). A estimativa da cidade é que o projeto custe até R$ 600 milhões.
As intervenções vão acontecer em dois dos locais que mais costumam registrar alagamentos e enchentes durante a época de chuvas em Campinas e serão divididas em duas fases. A primeira prevê a construção de dois piscinões na Princesa d’Oeste, um na Orosimbo Maia, e ainda uma galeria de derivação.
Na segunda etapa, está prevista a realização de quatro obras: um piscinão na Orosimbo, uma obra de remodelação no piscinão da Avenida Norte Sul (que servirá para os dois córregos), além de uma obra de alargamento de calha na Norte Sul e outra de alargamento de três pontes na Orosimbo – veja abaixo.
CONDIÇÕES E PRAZOS
O encontro na capital federal com o ministro das Cidades, Jader Filho, teve participação do prefeito, Dário Saadi (Republicanos), e do secretário de Finanças de Campinas, Aurílio Caiado, que defende que o acordo com o ministério seria vantajoso, já que a cidade poderia pagar o aporte em 20 anos.
“É uma operação muito vantajosa para Campinas porque tanto a taxa de juros quanto o prazo para o pagamento, são muito bons. Mas, como a obra demanda mais recursos, estamos em tratativas com o BNDES e com a CAF”, disse ele.
A estimativa é que, a partir da obtenção dos recursos e do lançamento da licitação, as obras das duas fases possam ser realizadas em 12 meses, simultaneamente ou na sequência. “O edital de licitação deve ser lançado ainda no primeiro quadrimestre deste ano”, argumenta a Prefeitura em comunicado. O aval do Ministério das Cidades, porém, ainda depende de análises técnicas.
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PROBLEMA CONHECIDO
Divulgadas em março de 2022 após a morte de uma mulher em uma inundação no final de 2021, as obras ainda não têm prazo definido para sair do papel. Enquanto isso, as vias seguiram registrando alagamentos. As ocorrências resultaram em transtornos, principalmente para motoristas e moradores.
No final do ano passado, por exemplo, um vídeo gravado na Princesa d’Oeste mostra quando o carro de uma família foi tragado pela água. No início deste ano, as cenas se repetiram por diversas vezes no período mais chuvoso. Os problemas e as tragédias, no entanto, são antigos e acontecem há décadas.
COMO VAI SER A OBRA?
A obra contra as enchentes será feita em duas etapas, cada uma com previsão de 12 meses. A primeira envolve a criação de reservatórios para evitar transbordamento no córrego Proença, na região do Centro de Treinamento do Guarani, Praça Ralph Stettinger e o córrego Serafim/Praça da Ópera.
Já a segunda inclui reservatórios nas praças René Pena e Ópera Joana de Flandres – ambos para servir ao córrego Proença – e entre a Anchieta e a Orosimbo, para o córrego Serafim. Além disso, inclui a ampliação no reservatório do ribeirão Anhumas, que é chamado de Piscinão da Norte-Sul.
Os reservatórios poderão ser feitos sob as estruturas, com cobertura, como no caso do CT do Guarani, ou sobre elas, como na Praça Ralph Stettinger.
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