A Prefeitura de Campinas solicitou uma reunião com o governo do Estado de São Paulo, após a metrópole receber apenas R$ 300 mil de repasse para a Atenção Básica de Saúde. O valor previsto para a cidade, que é a terceira maior do Estado, não chega a 1% do total previsto para os municípios paulista. O repasse foi concluído no último dia 17.
Ao todo, o governo destinou R$ 815 milhões para a rede de atenção básica de 115 cidades de São Paulo, que estão publicados em uma resolução do dia 11 de novembro. No entanto, no documento consta que Campinas, com 1,2 milhão de habitantes, recebeu valores menores do que municípios com menos de 100 mil habitantes.
Como comparação, Amparo, com 73,1 mil habitantes, recebeu R$ 16,6 milhões. Americana, também na Região Metropolitana de Campinas, o valor recebido foi de R$ 15 milhões. Já em Piracicaba, o repasse foi de R$ 26,9 milhões. O valor de R$ 300 mil, recebido por Campinas, é o mesmo do que o destinado para cidades como Louveira, Holambra e Morungaba, por exemplo.
Segundo a Administração, após análise dos valores o prefeito Dário Daadi (Republicanos) solicitou ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) uma reunião para discutir os critérios do repasse. A reunião foi pré-agendada para o dia 2 de dezembro.
“Do total de recursos, Campinas, cidade com 1,2 milhão de habitantes, ficou com apenas R$ 300 mil, o que representa 0,25% do valor recebido por São Bernardo do Campo, que tem uma população de aproximadamente 850 mil pessoas e recebeu R$ 120 milhões. O Departamento Regional de Saúde 7, que abrange a região de Campinas, recebeu R$ 102,9 milhões para 19 cidades, ou seja, o município ficou com 0,29% do montante”, informou a Prefeitura em nota.
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ENTENDER CRITÉRIOS
De acordo com o prefeito, o objetivo da reunião é discutir os critérios adotados que justificam o baixo valor repassado para Campinas.
“Nós queremos entender se houve algum critério ou eventualmente se houve algum equívoco, algum erro. Caso contrário, nós iremos solicitar recursos para a cidade de Campinas, para a atenção básica. Nós atendemos não só a população, mas em torno de 20 a 25% da região, então Campinas não pode ficar fora dessa partilha de recursos”, disse o prefeito em entrevista à EPTV Campinas.
“Esses recursos reforçam a estrutura de atenção básica dos Centros de Saúde. Com eles nós podemos ampliar atendimento, melhorar estrutura, comprar equipamentos, fazer reformas, por isso que ficamos tão preocupados com essa disparidade, com essa discrepância dos valores”, completou.
Campinas possui 67 Centros de Saúde e nas últimas semanas têm tido aumento na procura nos atendimentos de covid-19. Um comunicado divulgado na tarde desta segunda-feira (21) informa ainda que a Rede Mário Gatti atingiu 100% de ocupação em leitos nos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde. Por causa da nova alta, a Prefeitura voltou a recomendar a volta do uso de máscaras em locais “pouco arejados” e aglomerações na última semana (leia mais aqui).
O QUE DIZ O ESTADO?
Em entrevista à EPTV, o secretário estadual de Saúde em exercício, Eduardo Ribeiro, afirmou que o repasse completado no último dia 17 foi só um dos repasses realizados no ano, e afirmou que está a disposição para ouvir os questionamentos de Campinas.
“Esse é um repasse que compõe um conjunto de recursos que vêm sendo repassado ao longo do exercício. A análise é toda feita com critérios técnicos individualizados. Neste ano por exemplo, nós já repassamos mais de R$ 70 milhões para serviços municipais de Campinas, principalmente para o Hospital da PUC. Já esta liberado e prestes a repasse R$ 23 milhões para o Hospital de Clínicas da Unicamp, com foco no aumento da alta complexidade”, indicou.
“Nós estamos em constantes tratativas e absolutamente a disposição de Campinas para que ela apresente pleitos que julgue conveniente para complementar o financiamento, que já vem sendo feito durante todo o exercício”, finalizou.
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