Campinas registrou o 6º janeiro mais chuvoso dos últimos 32 anos em 2023, segundo um levantamento solicitado pelo acidade on Campinas ao Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp. De acordo com o balanço, do dia 1º até ontem (31), foram registrados 380,7 milímetros de chuva na cidade, o que representa o sexto maior acumulado na cidade desde 1991.
O janeiro mais chuvoso na série histórica foi registrado em 2007, quando foram registrados 489 mm durante o mês.
“A gente teve o 6º janeiro mais chuvoso desde, pelo menos, 1991. É uma posição expressiva considerando mais de 30 anos”, comentou o meteorologista do Centro, Bruno Bainy.
Segundo Bainy, a chuva de ontem, até a meia noite, totalizou 26,4 milímetros de chuva. Depois da meia noite, ainda choveu mais 8,1mm na estação do Cepagri. O meteorologista indicou ainda que fevereiro começa também com tendência de chuvas volumosas, que devem ocorrer até pelo menos a semana que vem.
Confira os registros dos 10 meses de janeiro mais chuvosos em Campinas abaixo:
- 2007 – 489 mm
- 2005 – 424,7 mm
- 1991 – 418,3 mm
- 2009 – 397,7 mm
- 1999 – 386,2 mm
- 2023 – 380,7 mm
- 2011 – 380,5 mm
- 2017 – 355,3 mm
- 2012 – 320,3 mm
- 2003 – 314,1 mm
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CHUVA ACIMA DA MÉDIA
Além de integrar o ranking de janeiros mais chuvosos, o último mês também registrou um volume de 103,1milímetros acima da média esperada para o período, que é de 277,6 milímetros. De acordo com o meteorologista, o mês também teve mais dias de chuva do que o esperado, com 20 dias de precipitação acima de 1 milímetro, quando a média costuma ser de 16 dias.
DESASTRES CAUSADOS
O alto acumulado de chuva causou diversos transtornos em Campinas ao longo do mês. Temporais causaram alagamentos em casas, ruas e avenidas, enxurradas, quedas de pontes, destruição em asfaltos e muitas quedas de árvore – uma delas que caiu e matou uma criança de 7 anos na Lagoa do Taquaral, principal ponto turístico de Campinas.
Ontem (31) a Prefeitura de Campinas apresentou plano de ações para recuperação dos transtornos causados pela chuva na cidade. Segundo a Administração, o custo estimado para as obras é de R$ 83,5 milhões.
Segundo a Defesa Civil, de 1º de janeiro até ontem foram 1.578 ocorrências registradas pelo órgão com predominância dos alagamentos, principalmente em vielas sanitárias. “Nossa média é de 600 ocorrências. É um número muito expressivo. A cidade tem uma estrutura muito forte ou teríamos tido uma situação muito mais difícil”, pontuou.
E O CALOR?
Segundo o levantamento do Cepagri, os primeiros dez dias do mês contaram com temperaturas relativamente baixas. “Tivemos tanto dias nublados, em que a temperatura não subiu muito, quanto a entrada de ar frio”, explica Bainy.
O mês também teve passagens de frentes frias, que afetaram os termômetros. Após isso, as temperaturas voltaram a subir, ficando em torno da média, com alguns dias mais quentes e outros mais amenos. “Mas, no geral, tivemos médias de temperatura cerca de 1ºC abaixo da climatologia para o mês”, finaliza o meteorologista.
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